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Estratégia & Marketing Postado em segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 às 10:39


Assim como no restante do ano, os meses de janeiro e fevereiro têm metas a serem batidas pelos e-commerces. Mas, justamente neste começo de ano, há alguns acontecimentos que impedem as lojas online de lucrar, como é esperado em datas como Dia do Consumidor, Dia das Mães e Dia dos Namorados, em que o faturamento está deslanchando de vento em popa. Férias escolares, Carnaval e um movimento não tão favorável ao consumo, que não esteja ligado ao turismo, podem impactar diretamente o retorno de vendas de início de ano.

Como driblar as adversidades e conseguir equilibrar as contas ao longo do ano, mesmo com janeiro e fevereiro sendo dois meses mais amenos para o varejo? 

Diante desse cenário, como driblar as adversidades e conseguir equilibrar as contas ao longo do ano, mesmo com janeiro e fevereiro sendo dois meses mais amenos para o varejo? O primeiro ponto que destaco aqui, neste artigo, é ter um planejamento anual muito bem estruturado. Junto a isso, há outros setores em que você pode investir e que podem ajudar o seu e-commerce a recuperar o fôlego depois do Carnaval. Continue a leitura e saiba como aplicar algumas estratégias de vendas!


Invista em um planejamento anual

Antes de pensar em recuperar as vendas depois de janeiro e fevereiro, é importante ter um planejamento de e-commerce para 2024. Você deve traçar as metas a serem alcançadas em cada mês do ano, levando em consideração a realidade do seu modelo de negócio, as estatísticas dos anos anteriores e a análise do seu nicho de mercado. Assim, você consegue delimitar objetivos claros e possíveis de serem atingidos, evitando surpresas ou frustações por não conseguir vender a mesma quantidade de produtos em janeiro e em novembro, que é um mês mais promissor para o e-commerce.

Além de tudo isso, com um planejamento anual definido, fica mais fácil colocar as campanhas de marketing em prática e aumentar a divulgação da sua loja online. Quanto mais pessoas sabem da sua presença no digital, maiores são as chances de atrair e reter um público mais amplo e qualificado, no caso de você ter uma segmentação bem executada.


Recupere as vendas online depois do Carnaval

Então, chegamos a uma etapa em que você identificou que as vendas da sua área de atuação são mais baixas em janeiro e fevereiro. Ok, mas e depois disso? O que fazer para recuperar o tempo perdido e voltar a vender mais no e-commerce depois do Carnaval? Abaixo, trago alguns pontos em que você pode investir para dar uma guinada nas vendas, respeitando a sua margem de lucro e as metas estabelecidas no planejamento de 2024.

Datas sazonais: aproveite o gatilho de vendas das datas sazonais para ampliar público e vendas. Tenha em mente que os consumidores esperam por promoções e ofertas especiais em datas com cunho comercial, então, invista nessa estratégia. Saiba, também, em quais datas focar, dependendo do seu segmento de mercado. Neste primeiro semestre, há três sazonalidades principais para o varejo, de modo geral: Dia do Consumidor (15/03), Dia das Mães (12/05) e Dia dos Namorados (12/06).

Promoções para clientes fiéis: essa é a chance de aproximar o seu cliente da sua marca. Envie vouchers, cupons e brindes exclusivos para quem já comprou na sua loja online. Isso faz com que o consumidor se sinta especial e ganhe uma motivação a mais para voltar a comprar com você. Sendo assim, essa é uma estratégia de retenção e fidelização de clientes.

Controle de estoque: para que você consiga rodar promoções, datas sazonais e outras campanhas dentro da normalidade, você precisa fazer um controle de estoque eficiente. Nada mais desmotivador para o cliente do que comprar um produto e, na hora da entrega, não ter mais o item em estoque. Pior ainda quando o pedido desse cliente é para presentear alguém especial, como acontece no Dia dos Namorados. Por isso, fique atento a esse ponto.

Gestão logística: atrelada ao controle de estoque, está a execução de uma logística eficiente. Todos os processos devem estar em dia para que você não tenha dores de cabeça. Desde o armazenamento à separação de produtos e ao envio das mercadorias, tudo deve funcionar com a excelência que o mercado de vendas online exige. Dentro deste item, também está a logística reversa, conhecida pelos consumidores como a política de trocas e devoluções, sendo essa uma etapa que também deve estar bem azeitada para não manchar a imagem da sua empresa.

Há outros pontos em que você pode, e deve, investir para garantir o lucro do seu negócio no digital. Aqui, ainda posso citar a oferta de diversas formas de pagamento, a utilização das últimas novidades em tecnologia, inteligência artificial e análise de dados. Mas tudo, exatamente tudo, vai depender da sua realidade de negócio e do seu segmento de atuação, como já citei lá no início do artigo. Portanto, o ano começa, sim, antes do Carnaval – nesse período, é a hora de “colocar a casa em ordem” para deslanchar seu e-commerce no resto do ano e para que você saiba identificar o que faz sentido para o seu e-commerce e, se for preciso, conte com especialistas de mercado para traçar as melhores estratégias.

Fonte: Ecommerce Brasil
Gestão & Liderança Postado em segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024 às 10:32


No livro ‘A Casa Passo’, Anderson Birman conta a história da fundação da empresa que agora se une a outro grande grupo de moda.
Um fato relevante no varejo nacional, a fusão da marca Arezzo e do grupo Soma, ambos cases de sucesso em suas respectivas áreas – me fez reler o livro “A Cada Passo“, lançado em novembro de 2023. Na obra, o fundador da Arezzo, Anderson Birman, dá um depoimento à jornalista Adriane Abdalla sobre a fantástica história da varejista contada por seu fundador.

Uma leitura oportuna e conveniente: A cultura empresarial é o sistema imunológico das empresas, como bem pondera o professor Michael Watkins, da Universidade de Harvard. Cria anticorpos à mudança, mas a protege contra antígenos organizacionais. Como lembra Peter Drucker, o pai da administração moderna, “a cultura come a estratégia no café da manhã“. Em outras palavras, a cultura da empresa é mais poderosa que sua estratégia.


Arezzo, uma empresa construída sobre um ofício 

Tudo começou com uma ideia de montar uma fábrica de sapatos. Um negócio construído sobre um ofício de sapateiro. 
“Domine um ofício”, foi o inspirador conselho do seu pai. “Todo judeu deveria ter um ofício, sapateiro, livreiro, joalheiro ou outra profissão terminada em “eiro”.
Anderson Birman diz: “Escolhi um ofício e construí o negócio no ofício que escolhi: sapateiro. Não nasci como sapateiro, mas me tornei um com disciplina e dedicação”.


Com esta mesma lógica encaminhou seu filho Alexandre, seu sucessor, que hoje dirige os negócios da empresa, ao ofício de sapateiro. Ele também responde, com orgulho, que é um sapateiro.

Vale lembrar que a Gucci também iniciou suas atividades como uma empresa italiana de calçados. Guccio Gucci, o fundador, era filho de um sapateiro e aprendeu o ofício com o pai. 

E Anderson confessa no livro, que passou seu bastão para Alexandre Birman e não se arrepende, pois, segundo ele, “a Arezzo & Co está indo muito bem” sob a regência do filho sapateiro. 


Como nasceu a Arezzo
Assim, abriu-se um negócio com a perspectiva de conquistar o ofício de sapateiro. Birman diz que começou com sapatos masculinos, sem ainda entender a complexidade do ofício e apaixonou-se por esse mercado. “Fracassamos neste primeiro intento, foi aí que decidimos, em 1972 , abrir o novo caminho do sapateiro, o dos sapatos femininos.  Aprendemos a trabalhar com a arte de produzir sapatos femininos. Já dura meio século”. 

E complementa: “Acredito que nunca se deve focar num produto movido a preço de liquidação”, afirma Anderson, em seu livro. E continua: “Decidimos focar nos sapatos para mulheres com look , conforto e segurança. Este tripé é a essência dos sapatos da nossa marca! E nós nos tornamos a maior sapataria do Brasil” .

Uma empresa feita para durar no mínimo 150 anos 
Durante uma palestra de Ram Charam, um dos consultores mais requisitados do mundo, Anderson Birman lembra uma frase dita pelo Charam, que o acompanha até hoje: “Pouquíssimas empresas do mundo existem há mais de 150 anos. Isto ficou na minha cabeça. Estávamos em 2004, e, contando a partir daí, passei a desejar profundamente que a Arezzo atingisse essa marca centenária”.  Foi assim que nasceu a ideia de Arezzo. Uma cultura de longo prazo que torna a marca conhecida, tendo como um dos pilares a longevidade empresarial.


Conselho aos novos CEO
Por isso, afirma Birman no seu livro, é importante que os futuros CEOs preservem a cultura de longo prazo dentro da companhia ese dediquem a inovar o modelo de negócios para que sempre acompanhem as mudanças do mundo. Em síntese, construir, modernizar e vislumbrar planos de longuíssimo prazo. 

Assim não esquecer: “todos precisam cuidar dela como donos”. O importante é manter sua essência viva “Todos devem trabalhar para não quebrar a empresa. Este lema conduzo e deixo como legado”. 

Lições da aquisição da marca Reserva 

“Foi uma decisão que tomei ouvindo minha intuição”, relata Birman. E mais, acrescenta ele: “Os nossos negócios-Arezzo  e Reserva – combinam. Faz sentido. Nenhuma das marcas briga por preço baixo, mas valorização do preço justo e qualidade”. Esta aquisição foi um marco e o sentimento de união é o que prevalece até o momento. 

Aqui destaco o forte elo relacional de afinidade e admiração por Rony Meisler, que se mostrou decisivo para que a aquisição desse certo. Afinidade relacional é maior que transacional, pois negócios são pessoas.

Essa parte do livro me faz lembrar Simon Sinek, escritor, palestrante e especialista em liderança: “Negócios são pessoas e quem não entende de pessoas não entende de negócios. 100% dos clientes são pessoas. 100% dos funcionários são pessoas. Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios”.

Aqui, Birman torna prática esta ideia ao afirmar que a compra da marca Reserva foi uma aquisição e, outra, foi Rony Meisler. “Os nossos negócios combinavam em tudo”.
Conclui Birman em um dos trechos que não é à toa que as marcas cresceram e as famílias se aproximaram, criando um importante laço de amizade.
Confesso aqui que também incorporei ao meu vocabulário profissional a expressão cunhada por Birman sobre o Rony, “um ensinador”. 


Codex de ideias por trás da mente do fundador
Aqui trago um Codex com anotações manuscritas de ideias estratégicas, sob meu ponto de vista, da leitura do livro de Anderson Birman:

#1: A valiosa “continha”. Calcule os custos da matéria-prima de todas as partes dos seus produtos finais na ponta do lápis.

# 2: Trabalhe com o objetivo de não quebrar. Uma companhia que possa ser vendida com liquidez a qualquer momento. 

# 3: Contabilidade Simples. Contas a receber e estoques . 

# 4: Agir como no jogo de tabuleiro de War. Conquistando um território de cada vez. Foco e foco.

# 5: A companhia vai deixar de ser apenas um belo show room para se tornar um negócio de logística.

# 6: Qualquer pessoa que queira empreender vai precisar, antes de tudo, saber vender o seu negócio. Ser bom vendedor é uma característica fundamental para se tornar empresário.

# 7: Em seleção de pessoas, peça para listar três revistas, três marcas e três estilistas que gosta, para avaliar o quanto a pessoa está ligada.

# 8: O que realmente importa é o produto. O que faz as pessoas continuarem comprando é a excelência do produto. Busque sempre fazer um produto excelente. 

# 9: Seja um apaixonado por sapatos. Compre e use sapatos.  

# 10: Desenvolva um negócio com base em um ofício que você domina. Um sapateiro que tem um negócio de sapatos. A prática do ofício é tudo para dar sentido à teoria.


Princípios inegociáveis da cultura da Arezzo
São os princípios, os termos de conduta, afirma Birman. Oseu sistema imunológico:
- Transparência 
- Alinhamento 
- Autenticidade 
- Paixão 
- Meritocracia 
- Humildade 
- Desafio
- Flexibilidade 
- União 
- Envolvimento 

O grande desafio para o sucesso desta planejada fusão da Arezzo com Grupo Soma será mais que transacional, será relacional e cultural. 

Fonte: Invest News