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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 17 de outubro de 2023 às 10:34


Cerca de 80% dos consumidores dessa geração compra e vende itens usados. Entre os que apoiam a economia circular, a maioria faz doações de roupas.

A Geração Z está remodelando o cenário da moda, desafiando normas e direcionando o mercado em direção a práticas mais sustentáveis, inclusivas e autênticas. Consequentemente, as marcas que desejam cativar essa geração devem se adaptar a seus valores e preferências únicas, que definem um comportamento de consumo muito diferente das gerações anteriores. A moda para a Geração Z é muito mais do que apenas usar roupas. É uma extensão de sua identidade.

Segundo uma pesquisa da OLX, plataformas de compra e venda online de itens usados e seminovos, concluiu que 89% deles enxergam a moda como um fator crucial para sua autoestima. Além disso, entre as categorias de consumo, os itens de vestuário estão entre os mais vendidos, com 67% dos entrevistados indicando que investem neles. 

Essa geração, movida pela busca de autenticidade, exclusividade e sustentabilidade, está impulsionando também o crescimento do mercado de brechós. Até 2027, esse mercado deve atingir a impressionante marca de US$ 350 bilhões, graças ao impacto da Geração Z. Mas seus hábitos de consumo não se limitam apenas as eles, influenciam as escolhas de suas famílias. Como resultado, eles alteram o panorama do comportamento de consumo em larga escala.

Para a pesquisa, foram entrevistados jovens de todas as regiões do país, com idades entre 18 e 30 anos, sem qualquer discriminação com base em classe social ou gênero. Adicionalmente, uma cota de 28% da base foi alocada para participantes que se identificam como LGBTQIA+. Além de analisar as preferências de consumo, o estudo quantificou os valores relacionados à sustentabilidade.


Sustentabilidade e Inclusão – pilares da Geração Z

Na moda, a sustentabilidade e a inclusão são conceitos intrínsecos para a Geração Z. Eles buscam marcas que representem seus valores e ofereçam produtos sem gênero, subvertendo a tradicional dicotomia masculino/feminino. O mercado de “resale”, que é a compra de itens de segunda mão, é uma tendência forte, com 83% dos jovens da Geração Z já aderindo a essa prática.

Mas sua jornada de compra começa muito antes da transação. Envolve pesquisas online, interações nas redes sociais e avaliações de outros consumidores. As marcas que desejam conquistar essa geração devem criar estratégias que ofereçam uma experiência envolvente em todos os pontos de contato.


Posicionamento e responsabilidade social

Os Zs não se prendem apenas ao nome da marca, mas valorizam o posicionamento e a responsabilidade social. Eles não compram desenfreadamente, frequentemente pesquisam produtos antes da compra e valorizam a experiência sensorial obtida nas lojas físicas, principalmente aquelas que oferecem serviços omnichannel.


Impactos no mercado da moda

A Geração Z acredita em um estilo autêntico, inclusivo e inspirado por pessoas reais. Peças customizadas, de segunda mão ou com aspecto vintage estão ganhando espaço e ressignificando a indústria da moda. O “slow fashion” surge como um movimento que repensa a produção em massa. Ele se concentra na qualidade em vez da quantidade, valorizando peças duradouras e atemporais que são projetadas para resistir ao teste do tempo. 

Coleções de roupas para todos os tipos de corpo estão entre as principais demandas, incluindo a moda plus size e a tendência “genderless”, que oferece opções estilosas, confortáveis e livres de rótulos de gênero. A presença digital também é indispensável. Marcas que desejam conquistar a Geração Z devem cultivar uma relação próxima e contínua, com representações realistas que reforcem os valores defendidos pela empresa. 

Parcerias com influenciadores digitais e histórias genuínas de pessoas envolvidas no processo de produção, por exemplo, envolvem mais do que anúncios diretos. Ou seja, o comportamento da Geração Z na moda é pautado em um olhar mais sustentável, realista e que celebra a diversidade de formas de expressão.


Comportamento de consumo envolve valores

Mais de 80% dos respondentes da Geração Z já compraram produtos usados, enquanto 83% já venderam itens desse tipo. Uma parte significativa prefere a experiência das lojas físicas, mas entre a comunidade LGBTQIA+, a preferência é pelo ambiente online. A pesquisa da OLX também revela a associação crescente entre compras e sustentabilidade.

A maioria dos respondentes considera que a compra de produtos usados é benéfica para o meio ambiente. Além disso, a economia circular começa a fazer parte do vocabulário da Geração Z, com 52% deles tendo ouvido falar sobre o conceito. Entre os que estão familiarizados com o conceito, em relação às ações relacionadas, 76% dos jovens entrevistados têm o hábito de doar roupas e calçados.

A pesquisa da OLX foi feita em colaboração com a MindMiners e entrevistou 300 participantes. A amostra é diversificada, incluindo 52% de mulheres e 48% de homens, todos com idades entre 18 e 30 anos. As respostas refletem as perspectivas de todas as cinco regiões do país, com 48% provenientes do Sudeste, 23% do Nordeste, 15% do Sul, 6% do Centro-Oeste e 8% do Norte.


Fonte: Consumidor Moderno
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 17 de outubro de 2023 às 10:30


A gigante chinesa Shein ocupou seu espaço no mercado brasileiro, se destacando pelos preços abaixo dos praticados pelo varejo nacional. No entanto, esta vantagem competitiva tem diminuído nos últimos meses, aponta relatório do BTG Pactual.


Apesar de seguir abaixo dos valores praticados pelos pares brasileiros, o relatório do BTG mostra que os preços da Shein no Brasilsão mais elevados do que em outros países.

O estudo comparou os preços da chinesa em 15 países e identificou que, em relação aos Estados Unidos, por exemplo, os preços de produtos semelhantes são 29% maiores, ou 157% se considerar o poder de paridade de compra entre estadunidenses e brasileiros.

Somente o Méxicofica acima do Brasil na comparação das cotações de mercado. No entanto, ao considerar a paridade de compra, a Shein brasileira ocupa a primeira colocação entre as mais caras.


Shein x varejo nacional

O BTG comparou uma cesta de oito produtos entre a Shein e as varejistas locais Renner, C&Ae Riachuelo. Com isso, identificou que a plataforma chinesa é 26% mais barata que a Renner, 22% mais barata que a Riachuelo e 17% mais barata que a C&A.
Comparando os resultados com a pesquisa do BTG de abril, a diferença de preços entre a Shein e outros pares locais diminuiu.

“Os movimentos recentes da Shein para expandir o fornecimento local (embora o ritmo desta estratégia seja incerto) deverão diversificar a sua produção, melhorar os níveis de serviço e alavancar o já elevado envolvimento e tráfego orgânico na sua plataforma (com maior duração de visita e páginas por visita do que os pares)”, avalia o BTG.

No entanto, com um potencial aumento na tributação no radar, o BTG espera que a Shein possa ficar nas mesmas — ou mais próximas — condições que os produtores locais, o que poderá levar a preços mais elevados e desafios semelhantes na expansão da capacidade de produção local.

Apesar disso, analistas destacam que a rapidez de colocação no mercado e a poderosa abordagem de venda social continuam sendo uma enorme força em um mercado altamente competitivo.

Fonte: Money Times