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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 22 de julho de 2025 às 09:30


As páginas de produto deram lugar às vitrines dentro dos próprios apps, transformando momentos de inspiração e sugestões precisas em compras instantâneas. Em 2024, mais de 53% da geração Z nos Estados Unidos comprou diretamente pelas redes sociais, e 58% de todos os usuários disseram ter decidido pela compra depois de ver um produto no feed.

No Brasil, embora o uso desse canal para compras esteja menos maduro – apenas 9% dos consumidores brasileiros dessa geração dizem já ter comprado diretamente por mídias sociais, segundo a NielsenIQ -, a tendência é de crescimento e de equiparação ao que já é observado no exterior: as redes deixaram de ser apenas canais de comunicação, transformando-se em verdadeiros shoppings virtuais, nos quais descobrir, desejar e comprar andam juntos.

1. O social commerce virou o principal canal de descoberta

Em 2025, 68% dos jovens da geração Z descobriram novos produtos nas redes sociais – um salto em relação aos 60% registrados em 2023. Quase 60% desses usuários seguiram adiante e fizeram um pedido, praticamente dobrando o número do ano anterior.

Eles compram enquanto navegam no TikTok, Instagram e outras plataformas, misturando entretenimento com consumo, sem precisar recorrer ao Google – muito menos sair de casa para visitar lojas físicas.

Exemplos não faltam: a Luxe Collective, marca de revenda de artigos de luxo do Reino Unido, faturou 2 milhões de libras desde abril com a TikTok Shop, unindo transmissões ao vivo e parcerias com criadores de conteúdo. Já a YOZY, marca de moda feminina, vendeu cerca de 400 mil peças em três meses com conteúdos compráveis e afiliados.

O que as marcas devem fazer: investir em conteúdos que mesclem entretenimento e vendas. Vídeos curtos, transmissões ao vivo, avaliações reais de clientes e vitrines clicáveis. Estar presentes no momento do “scroll” e transformar desejo em ação com conteúdos interativos e compráveis.

2. A influência real vem dos criadores, não da publicidade

A geração Z confia nas pessoas, não nos anúncios publicitários. Cerca de 80% deles dizem confiar em influenciadores que compartilham experiências reais, e mais de 60% afirmam que as recomendações de criadores são decisivas na hora de comprar. Na América Latina, mais de um terço deles interage com influenciadores digitais.

Isso só confirma o que já vínhamos percebendo: essa geração busca autenticidade, não uma campanha brilhante que some depois de três dias.

A marca de beleza Glossier, por exemplo, aposta em micro e nanoinfluenciadores para criar conteúdos simples e verdadeiros, que se conectam com o público. Mais de 70% das vendas da empresa vêm de recomendações entre pares.

O que as marcas devem fazer: apostar em vozes menores, mas relevantes, que falem a língua do seu público. Incentivar clientes reais a postarem reviews, vídeos de unboxing e reações. Valorizar esses conteúdos com programas de fidelidade ou campanhas especiais.

3. Experiência mobile e criação de comunidade

Os smartphones dominam a vida da geração Z e também seus hábitos de consumo. Mais da metade já comprou algo dentro de aplicativos, e 75% dizem que um app funcional e bem pensado pode influenciar diretamente a decisão de apoiar ou não uma marca. Mas ter um site bonito não basta: é preciso criar comunidade.

A Nike entendeu isso ao transformar seu aplicativo em uma plataforma de estilo de vida, com planos de treino personalizados, chats com treinadores e ferramentas para compartilhar conquistas. Resultado: mais de 75% dos jovens afirmam que esse ecossistema é essencial para sua relação com a marca.

O que as marcas devem fazer: transformar seu app ou site mobile em um espaço de interação. Adicionar chats ao vivo, fóruns de usuários, avaliações e feeds sociais. Oferecer conteúdos exclusivos e desafios que incentivem o engajamento contínuo.

4. Da inspiração ao engajamento

A geração Z raramente segue um caminho linear até a compra. Eles podem descobrir um produto no Instagram, buscar avaliações reais no YouTube, comparar preços em diferentes sites e só então decidir (ou não) pela compra.

O que as marcas devem fazer: estar presente em todas as fases – da descoberta à recompra – com conteúdos relevantes. Mostrar bastidores, depoimentos de clientes, comparativos e respostas a dúvidas frequentes. Criar experiências que integrem o online e o offline.

5. Diálogo ativo e participação

Cerca de 80% dos jovens usam as redes para se inspirar, mas também para buscar validação nas opiniões de outros. A transparência e o sentimento de pertencimento são indispensáveis, e marcas que se comportam como comunidades (e não como corporações) saem na frente.

O Spotify Wrapped é um exemplo brilhante. A retrospectiva musical transforma dados individuais em conteúdos que os usuários querem compartilhar e que geram conversas.

O que as marcas devem fazer: criar comunidade, não apenas campanhas. Convidar o público a cocriar, votar em produtos, sugerir ideias e interagir nos comentários. Ser transparente sobre mudanças (e até erros), o que fortalece o vínculo e a confiança na marca.

6. A viralização exige adaptação rápida

Em 2024, mais da metade da geração Z comprou um produto após ver um vídeo viral ou uma resenha. E, com plataformas como TikTok e Instagram se atualizando diariamente, a palavra de ordem é agilidade.

O que as marcas devem fazer: acompanhar tendências em tempo real e estar pronta para agir, mesmo que isso signifique trocar a perfeição por velocidade. Trabalhar com criadores que saibam traduzir sua marca de forma divertida, autêntica e alinhada com a cultura digital.

O comportamento de compra da geração Z não é impulsivo, é uma expressão de identidade. Para acompanhar esse público, as marcas precisam se adaptar às novas regras: agilidade, autenticidade e presença real nos espaços onde essa geração vive e se expressa.

Fonte: Ecommerce Brasil
Economia & Atualidade Postado em segunda-feira, 21 de julho de 2025 às 14:22


O setor que melhor remunera atualmente é o de Extração de Petróleo e Gás Natural.

O desafiador momento macroeconômico mundial afeta os profissionais de maneira distinta. De acordo com levantamento da consultoria especializada em remuneração SG Comp Partners, realizado com base na mineração de dados do 3º Relatório de Transparência Salarial do Brasil, o setor de comércio varejista está entre os que menos remuneram executivos no país, considerando cargos de gerência e direção.

Enquanto a remuneração de gestores do setor atacadista é, em média, de R$ 17.048,86, esses mesmos profissionais no segmento de varejo ganham em média R$ 9.510,89, quase metade (55%) do que seus pares atacadistas.

Para fins de comparação, o setor que melhor remunera é o de Extração de Petróleo e Gás Natural, com contracheque médio na casa de R$ 42.860,79, em nível executivo.

“O varejo brasileiro enfrenta uma equação desafiadora: forte dependência de mão de obra, somada à elevada carga tributária e margens estreitas. Esse cenário reduz sua capacidade de se destacar como um segmento competitivo em termos de remuneração, sobretudo quando comparado a setores que conseguem alavancar produtividade com menos pessoas ou que operam com margens mais confortáveis”, revela Ricardo Guterres, sócio da SG Comp Partners e especialista em remuneração estratégica.

A disparidade se torna ainda mais evidente quando a comparação é feita entre o atacado e o segmento alimentício, cuja Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) — utilizada para a categorização das áreas no relatório — abrange desde comércio de alimentos até restaurantes, bares e produção de insumos.

O setor alimentício figura entre os cinco segmentos com menor remuneração de gestores no Brasil, com valor médio de contracheque de R$ 7.187,30.

Metodologia

O levantamento da SG Comp Partners baseia-se na mineração de dados da terceira edição do Painel do Relatório de Transparência Salarial, divulgado recentemente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da plataforma Microsoft Power BI.

O relatório reúne informações de mais de 53 mil estabelecimentos em todas as regiões do país. Os dados são provenientes da RAIS 2024, referente a empresas com 100 ou mais vínculos ativos em 31/12 do ano-base, e das respostas enviadas pelas organizações privadas ao Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, coletadas em fevereiro de 2025.

Fonte: Mercado & Consumo