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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 05 de abril de 2022 às 11:13


Elon Musk adquiriu 9,2% das ações do Twitter, alavancando em mais de 27% o valor da rede social, segundo a plataforma de informações financeiras TC/Economatica.


Com a aquisição, Musk passa a ser o maior acionista do grupo, à frente do fundo de investimentos Vanguard (8,8%) e do banco Morgan Stanley (8,4%), segundo dados da Bloomberg.

O investimento equivale a algo em torno de US$ 2,9 bilhões (R$ 13 bilhões) do valor de fechamento do Twitter na última sexta-feira (1°), cerca de US$ 3,7 bilhões (R$ 17 bilhões) hoje.

Musk é, atualmente, a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna que vale mais de US$ 300 bilhões (R$ 1,4 trilhões), aponta a Forbes.

Seu ingresso no Twitter também foi favorável aos fundadores da rede social, diz a revista. Jack Dorsey, que detém uma participação de 2,25% na empresa, ganhou quase US$ 200 milhões (R$ 951 milhões) a mais depois que Musk revelou sua participação. Outro cofundador bilionário do Twitter, Ev Williams, ganhou US$ 90 milhões (R$ 428 milhões).

Ao fechamento do mercado, as ações da rede do pássaro azul dispararam 27,12%, a US$ 49,97. O valor de mercado da empresa, que era de mais de US$ 31 milhões, subiu para US$ 40 milhões (R$ 237,70).

"Podemos esperar que esta participação passiva [sem intenção de mudar o ritmo da empresa] seja o começo de discussões mais amplas com o conselho/administração do Twitter, o que poderia levar a uma compra ativa e a uma posição potencialmente mais agressiva na propriedade do Twitter", disseram os analistas Daniel Ives e John Katsingris, da Wedbush.

Procurado pela agência de notícias France-Presse, a rede social não emitiu uma posição.

Usuário do Twitter

Em 25 de março, Musk fez uma pesquisa no Twitter, na qual perguntou: "liberdade de expressão é essencial para o funcionamento da democracia. Você acha que o Twitter adere rigorosamente a esse princípio?".
Mais de 70% dos dois milhões de usuários que votaram responderam "não".

"Dado que o Twitter serve como uma arena pública de facto, não aderir a princípios fundamentais mina a democracia. O que deve ser feito?", questionou ele outro dia. É necessária uma nova plataforma?", insistiu.
"Compre o Twitter" foi uma das primeiras respostas de dezenas de milhares de usuários.

Musk já usou pesquisas do Twitter para fazer negócios. Em novembro do ano passado, por exemplo, vendeu US$ 5 bilhões em ações da Tesla, depois de perguntar a seus seguidores nas redes sociais se deveria vender 10% de sua participação.

Em 2018, publicou um tweet no qual, sem provas, dizia ter fundos suficientes para tirar a Tesla da Bolsa. Esta mensagem disparou o valor das ações da Tesla, mas a SEC disse que o comentário no Twitter era "falso e enganoso".

Mais tarde, Musk admitiu que qualquer tweet capaz de mover o valor das ações da Tesla seria examinado por advogados, como parte de um acordo que exigia que ele pagasse US$ 20 milhões para resolver um caso de fraude apresentado pela SEC.

No início de março, Musk pediu a um juiz de Nova York que revertesse o acordo sobre seus tweet alcançado com os reguladores do mercado de ações, afirmando que a SEC busca "assediar a Tesla" e reduzi-lo "ao silêncio".

Críticas

O Twitter é frequentemente acusado de censura por muitos conservadores nos Estados Unidos, principalmente desde a suspensão da conta de Donald Trump no ano passado.
Enquanto isso, democratas e muitas ONGs acusam a rede social por permitir a publicação de muitas mensagens que consideram de ódio ou racistas.

Assim como o Facebook e o YouTube, o Twitter considera que o ex-presidente incitou seus apoiadores à violência antes do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Em resposta à suspensão de sua conta, Trump lançou em fevereiro sua própria plataforma, a Truth Social.

Nesta segunda-feira (4), a deputada Marjoria Taylor Greene, muito próxima ao ex-presidente, questionou se o investimento de Musk marcaria o "retorno da liberdade de expressão ao Twitter".
Donald Trump tem 836.000 seguidores na Truth Social, contra os 88 milhões que tinha no Twitter em janeiro de 2021, antes que a rede social suspendesse sua conta.

Fonte: G1