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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 24 de outubro de 2023 às 09:58


A operação prevê investimento de R$ 750 milhões.

A plataforma de e-commerce Shein chegou a 336 fornecedores parceiros, seguindo sua estratégia de fechar acordo com 2 mil fabricantes locais até 2026 para atender o mercado brasileiro. Em maio, em resposta às críticas de concorrentes nacionais à importação de produtos sem pagamento do Imposto de Importação e ao plano depois abandonado pelo governo de taxar as remessas internacionais de produtos abaixo de US$ 50, a empresa fundada em 2012 pelo chinês Chris Xu assumiu o compromisso de comercializar artigos feitos no Brasil. A operação prevê investimento de R$ 750 milhões.

A meta envolve também, segundo a empresa, gerar 100 mil empregos diretos e indiretos no País e ter 85% das vendas feitas no Brasil relacionadas a produtos de fabricação local.

Com essa estratégia, a empresa está transformando o Brasil em um dos seus três grandes centros de produção global, ao lado de China e Turquia. “Temos um objetivo ousado, de tornar o Brasil um hub de exportações. O País tem um parque têxtil bom”, diz a diretora de produção local da Shein, Fabiana Magalhães. A Shein está em 150 países.

As 336 fábricas parceiras estão localizadas em 12 Estados: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte. Até o momento, 213 dessas fábricas já operam no modelo de negócios da Shein, conhecido por trazer inovações no lançamento e pelos testes de aceitação de cada peça baseados em inteligência artificial.


Tecnologia

“Somos uma empresa de tecnologia. A gente testa, comprova e alavanca a produção. Começamos com quantidades pequenas, de 50 a 200 peças, e nos baseamos em dados para produzir mais peças de cada modelo”, diz a executiva. “Muitos fornecedores querem aprender a atuar de forma inovadora, e fazer mais do mesmo não irá levá-los ao futuro.”

Segundo a estratégia da Shein, 100% dos fornecedores têm acesso a todos os dados da empresa, o que permite o acompanhamento das vendas de cada peça.

“Se uma peça é lançada, vende duas unidades no primeiro dia e salta para 50 no terceiro, a fabricante pode planejar um aumento da produção e sugerir para nós uma variação sobre o mesmo tema.” Com base nesses dados, a empresa está lançando três novas coleções para o mercado local: plus size, fitness e underwear.

Fonte: Mercado & Consumo
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 17 de outubro de 2023 às 10:30


A gigante chinesa Shein ocupou seu espaço no mercado brasileiro, se destacando pelos preços abaixo dos praticados pelo varejo nacional. No entanto, esta vantagem competitiva tem diminuído nos últimos meses, aponta relatório do BTG Pactual.


Apesar de seguir abaixo dos valores praticados pelos pares brasileiros, o relatório do BTG mostra que os preços da Shein no Brasilsão mais elevados do que em outros países.

O estudo comparou os preços da chinesa em 15 países e identificou que, em relação aos Estados Unidos, por exemplo, os preços de produtos semelhantes são 29% maiores, ou 157% se considerar o poder de paridade de compra entre estadunidenses e brasileiros.

Somente o Méxicofica acima do Brasil na comparação das cotações de mercado. No entanto, ao considerar a paridade de compra, a Shein brasileira ocupa a primeira colocação entre as mais caras.


Shein x varejo nacional

O BTG comparou uma cesta de oito produtos entre a Shein e as varejistas locais Renner, C&Ae Riachuelo. Com isso, identificou que a plataforma chinesa é 26% mais barata que a Renner, 22% mais barata que a Riachuelo e 17% mais barata que a C&A.
Comparando os resultados com a pesquisa do BTG de abril, a diferença de preços entre a Shein e outros pares locais diminuiu.

“Os movimentos recentes da Shein para expandir o fornecimento local (embora o ritmo desta estratégia seja incerto) deverão diversificar a sua produção, melhorar os níveis de serviço e alavancar o já elevado envolvimento e tráfego orgânico na sua plataforma (com maior duração de visita e páginas por visita do que os pares)”, avalia o BTG.

No entanto, com um potencial aumento na tributação no radar, o BTG espera que a Shein possa ficar nas mesmas — ou mais próximas — condições que os produtores locais, o que poderá levar a preços mais elevados e desafios semelhantes na expansão da capacidade de produção local.

Apesar disso, analistas destacam que a rapidez de colocação no mercado e a poderosa abordagem de venda social continuam sendo uma enorme força em um mercado altamente competitivo.

Fonte: Money Times