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Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 18 de fevereiro de 2025 às 10:21


Oscilação das ações está mais atreladas a fatores macroeconômicos do que a fundamentos específicos das empresas, segundo banco.

As ações da Vivara (VIVA3) e Lojas Renner (LREN3) estão entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira, 7, após o Bradesco BBI rebaixar a recomendação dos papéis para neutro em um relatório que revisou toda a a tese em varejo de moda. A Vivara caía 2,85% e a Renner, 3%, perto de meio-dia.

O banco também reduziu o preço-alvo das ações para R$ 25 e R$ 16, respectivamente, refletindo preocupações com margens e desafios operacionais.

Vivara: crescimento desacelera e pressão na margem preocupa

A Vivara, líder no setor de joias, teve sua recomendação rebaixada devido à desaceleração no crescimento das vendas e pressão sobre a margem bruta.

Nos cálculos do time do Bradesco BBI, as vendas brutas devem crescer apenas dois dígitos médios no quarto trimestre de 2024, abaixo dos 20% registrados no trimestre anterior.

Além disso, fatores como custos elevados com pessoal na fábrica de Manaus e um ciclo de estoques mais alto, influenciado pelos preços do ouro, podem impactar o capital de giro da companhia.

O banco também aponta uma menor abertura de lojas em 2025 (50 unidades ante 72 em 2024), dificultando uma retomada acelerada do crescimento.

Para que a recomendação volte a ser positiva, o banco destaca que a companhia precisa mostrar sustentabilidade no crescimento da bandeira Life, melhora na margem bruta e maior previsibilidade nos retornos e fluxo de caixa.

Lojas Renner: margens pressionadas e impacto do câmbio

A Lojas Renner também teve seu rating cortado devido a preocupações com as margens e potenciais revisões negativas nas projeções de lucro.
O Bradesco BBI observa que a margem EBITDA do varejo foi impactada por fatores não recorrentes em 2024, como uma recuperação tributária de 1,7 ponto percentual, que não deve se repetir em 2025.

Outro ponto de alerta é o impacto do câmbio sobre os custos, uma vez que 30% a 35% do COGS (custo dos produtos vendidos) da companhia estão atrelados ao dólar.
O novo centro de distribuição da Renner também adiciona pressão nas despesas, o que pode continuar afetando as margens no curto prazo.

Para que a Renner volte a ser vista de forma mais positiva, o banco destaca que a empresa precisa acelerar a maturidade do centro de distribuição, melhorar a produtividade das lojas e encontrar uma solução para a estrutura de capital, que conta com R$ 1,4 bilhão em caixa líquido.

Outras mudanças no setor de vestuário

Além de Vivara e Renner, o Bradesco BBI também rebaixou a recomendação do Grupo SBF (SBFG3) para neutro, reduzindo o preço-alvo para R$ 13.
O banco citou menor espaço para crescimento da receita e desafios para a rentabilidade, especialmente pelo impacto cambial na margem bruta e a margem EBITDA já próxima do teto histórico de 12%.

A Guararapes (GUAR3), dono da Riachuelo, manteve recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 8, devido ao risco de revisão negativa dos lucros, enquanto a C&A (CEAB3) foi elevada para compra m, com preço-alvo de R$ 14.
O banco destaca que a C&A tem apresentado melhorias estruturais e um múltiplo relativo mais atrativo, com potencial de crescimento via Fashiontronics (portfólio de eletrônicos) e expansão de margem.

Diante desse cenário, o Bradesco BBI reforça uma visão mais cética para o setor de vestuário e lifestyle, enfatizando que as valorizações das ações estão mais atreladas a fatores macroeconômicos do que a fundamentos específicos das empresas.

Fonte: Exame
Economia & Atualidade Postado em terça-feira, 18 de fevereiro de 2025 às 10:11


O ano iniciou com as vendas do comércio brasileiro mostrando um crescimento de 2,8% em janeiro, segundo o Índice do Varejo Stone (IVS). No comparativo anual, a alta foi de 1,9%. O número é mais alto do que o visto em dezembro, época de festas, quando recuou 3,5%.

A alta mensal, segundo Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, pode ter ido influenciado por uma base de comparação baixa, após quedas seguidas em novembro e dezembro. No entanto, ele destaca que o número ainda é bom sinal para o setor que está pressionado por conta do cenário macroeconômico.

“Com o desemprego em 6,2% em dezembro, o mercado de trabalho segue aquecido, embora os dados do Caged indiquem desaceleração nos empregos formais. A inflação dos alimentos, acumulando 8,2% em 12 meses, agravam ainda mais a pressão sobre as famílias endividadas”.

Em relação ao comércio digital, o índice mostra uma queda mensal de 1,6%, ao passo em que o comércio físico registrou alta de 1,5%. No comparativo anual, os números eram os mesmo, 1,6% e 1,5%, respectivamente.

Entres os segmentos de destaque no mês de janeiro, estavam Tecidos, Vestuário e Calçados com alta de 4,8%, Artigos Farmacêuticos com 2,2% e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico 2%. Os outros cinco setores analisados na pesquisa, também reportaram alta no mês.

No comparativo anual, o segmento de Combustíveis e Lubrificantes teve o melhor desempenho com alta acumulada de 9,3%, seguido pelo setor de Artigos Farmacêuticos, que registrou crescimento de 3,9% e Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve alta anual de 2,3%.

Na outra ponta, o segmento de Móveis e Eletrodomésticos teve retração de 6,2%, seguido pelo setor de Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico, que apresentou uma leve queda de 0,1%.

Os dados também avaliam os destaques por região. Em janeiro, 19 dos 27 estados brasileiros tiveram alta nas vendas:
Roraima (9,3%)
Amazonas (6%)
Acre (4,6%)
Alagoas (4,3%)
Ceará (4,1%)
Amapá (3,9%)
Pará (3,2%)
Rio de Janeiro (2,9%)
São Paulo (2,8%),
Goiás e Minas Gerais (2,6%)
Espírito Santo (2,2%)
Tocantins e Maranhão (1,6%)
Rondônia (1,5%)
Pernambuco (1%)
Rio Grande do Norte (0,9%)
Bahia e Sergipe (0,8%)

Os outros sete, com resultados negativos, são:
Piauí, de 1,9%
Mato Grosso do Sul (1,4%)
Rio Grande do Sul (1,1%)
Santa Catarina (0,8%)
Mato Grosso (0,7%)
Paraíba (0,3%)
Paraná (0,2%)
O Distrito Federal (0,0%)

Fonte: Money Times