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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 20 de maio de 2025 às 15:40


Trago boas notícias para quem trabalha com comércio digital: o estudo “O Consumo Digital no Brasil”, realizado pela NP Digital em parceria com a Opinion Box, trouxe um panorama otimista para o futuro do e-commerce. Em 2024, o país registrou o maior crescimento mundial nas vendas digitais: 16% de alta, superando gigantes como América do Norte e Europa Ocidental, segundo dados aqui do E-Commerce Brasil.

O faturamento do setor chegou a R$ 204,3 bilhões, 10,5% acima de 2023, impulsionado por mais de 414 milhões de pedidos realizados por uma base ativa de 91 milhões de consumidores. As projeções apontam para um avanço exponencial nos próximos anos. Se o ritmo se mantiver, o e-commerce nacional pode alcançar R$ 557 bilhões até 2027 – um crescimento de 172% em somente três anos.

Tudo isso mostra haver oportunidades, mas é preciso se dedicar, pois o consumidor digital brasileiro está mais conectado, mais informado e mais crítico. Ele busca ofertas, mas também quer transparência, propósito e segurança: navega entre redes sociais e marketplaces, compara marcas, lê avaliações, pesquisa no Reclame Aqui, verifica a credibilidade do fornecedor e só então decide.

É preciso investir em experiência, construir confiança e manter uma escuta ativa. Quem conseguir fazer isso com consistência e inteligência não somente venderá mais, mas construirá relevância. Separei abaixo alguns pontos de atenção para auxiliar essa tarefa.

Consumo inserido na rotina

A pandemia da Covid-19 inseriu o hábito da compra online na rotina dos brasileiros, e isso se reflete nos dados da pesquisa. Quase metade dos respondentes afirmou que comprou algo pela internet na última semana. Diante disso, o estudo apresentou alguns recortes geracionais e de classe. Entre os destaques, os mais jovens chamam atenção – praticamente um quarto das gerações Z e Y compra mais de uma vez por semana. Entretanto, mesmo os baby boomers (público 60+) já entraram no jogo: 78% se rendem ao consumo virtual pelo menos uma vez por mês.

A frequência de consumo varia conforme a classe social: 43% da classe A e B compram ao menos uma vez por semana, enquanto 49% da classe C fazem compras com regularidade mensal, porém menor. Já nas classes D e E, 52,7% compram algumas vezes por mês. Os dados revelam como o poder aquisitivo impacta o ritmo e a constância das compras.

Outro ponto de atenção é que o clique no botão “comprar” não é automático. Muitos consumidores usam o carrinho como lista de desejos – deixam produtos ali esperando uma boa promoção ou tempo para refletir. Isso reforça a importância de estratégias de retargeting e ofertas personalizadas.

Preço, entrega e segurança

Comodidade, variedade e preço continuam sendo fatores decisivos. Quase 92% dos consumidores acreditam que as melhores promoções estão no digital. Mas, mesmo com esse apelo, há um fator que ainda pesa mais que o desconto: a confiança. Só 20,7% dos entrevistados afirmam confiar totalmente nas informações divulgadas pelos e-commerces. Selos de segurança, políticas claras de devolução e avaliações de outros clientes são determinantes para a decisão de compra. E isso vale principalmente para o público acima dos 50 anos, que tem mais receio de fraudes e perda de dados.

Um dos pontos que merece destaque em qualquer estratégia é a necessidade de investir em uma boa entrega. Sustentabilidade, ética e coerência de discurso também entram na equação. Mais de dois terços dos consumidores já deixaram de comprar de uma marca que não compartilha seus valores. Isso é ainda mais forte entre os idosos, mas atinge todas as gerações em alguma medida. Para as marcas, não basta comunicar: é preciso sustentar posicionamentos com ações concretas.

Redes sociais e experiência

As redes sociais passaram a ser plataformas decisivas para a conversão. Quase 70% dos consumidores já compraram algo por impulso após ver uma oferta em redes sociais, com destaque para o Instagram e o TikTok, principalmente entre os mais jovens. E mais: 49% confiam mais em marcas bem recomendadas por influenciadores ou outros consumidores. A validação social virou um ativo estratégico.

Os dados também mostram que a experiência no site influencia diretamente a conversão. Imagens boas, descrições claras, navegação fluida e sugestões personalizadas não são mais diferenciais – são pré-requisitos. Para 66% dos entrevistados, sites que personalizam a jornada com base no histórico de navegação geram mais confiança e engajamento.

Além disso, o meio de pagamento pode ser decisivo. O parcelamento com cartão de crédito ainda é o preferido, mas o Pix vem ganhando força, especialmente entre os mais jovens. Frete alto, ausência de parcelamento e telas de pagamento pouco confiáveis continuam entre os principais vilões do abandono de carrinho.

Fonte: Ecommerce Brasil