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Estratégia & Marketing Postado em segunda-feira, 11 de dezembro de 2023 às 15:37
 
Relacionamento com os artistas e forma de consumo mudam entre gerações, para jovens, trata-se mais da experiência, indica relatório da Nozy Content Agency. 
No último sábado, o cantor e compositor Milton Nascimento foi convidado para acompanhar o show do ex-Beatle Paul McCartney na Arena MRV, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A terceira apresentação na cidade, realizada no domingo (3/12), teve em sua plateia um dos maiores nomes da música popular brasileira, que foi ovacionado pelos de mais espectadores. Milton Nascimento lançou em 1970 a sua versão da canção “Para Lennon e McCartney” e, 53 anos depois pode prestar sua homenagem aos Beatles ao vivo e a cores em um encontro de ídolos.

Por mais relevantes que as duas figuras sejam para a indústria musical, é possível que muitos ouvintes mais jovens nunca tenham ouvido falar de Milton Nascimento, nem de Paul McCartney. Ou então, pouco os conhecem. Além do avanço do tempo, que traz novos nomes, gêneros e estilos, há também uma mudança na forma como os amantes da música mais jovens encaram seus ídolos musicais.

Segundo a primeira edição do “Nozy Trend Reports”, da Nozy Content Agency, enquanto as gerações mais antigas têm como referência nomes como Cazuza, Belchior e Secos e Molhados, os mais jovens estão mais conectados a artistas aos quais associam a suas experiências na pré-adolescência, período conflituoso para muitas pessoas. Uma evidência disso é o fato de que 52% dos entrevistados pela agência nunca terem ouvido Gal Costa e Ney Matogrosso, 47% nunca ouviram Pink Floyd, e 30% não conseguiriam reconhecer uma música do Queen.

Além disso, a produção musical não é a única coisa que importa para os fãs de artistas, mas toda a sua presença. Thiaguinho e Ivete Sangalo estão entre os ídolos para 7% de super fãs, além de Jorge e Mateus, que surgem como os artistas favoritos de 15% dos respondentes. Esses artistas possuem forte presença nas redes sociais, compartilhando suas vidas e dilemas com fãs que os acompanham. Segundo o levantamento, esse comportamento aponta para a importância de que artistas se conectem com sua base além dos palcos, gerando conteúdo e conversas de forma autêntica.

Para as marcas, esse aprendizado se traduz em gerar patrocínios de artistas que vão além do direto de imagem: mais do que isso, devem contar boas histórias que estejam alinhadas às marcas. Um exemplo está na parceria entre a Puma e o artista A$AP Rocky, diretor criativo de uma coleção feita com a marca com a Fórmula 1.


Streaming pra que te quero?

Segundo o relatório, 99% dos jovens entrevistados utilizam plataformas de streaming de música, como Spotify e Deezer. Além disso, plataformas de reprodução de vídeos como Youtube e Instagram também são canais para ouvir música de 57% dos entrevistados. O levantamento aponta para a tendência da música como um recurso multimídia, incorporando imagem, coreografia, histórias e muito mais.

Esse movimento se traduz em estilo de vida. Mais do que isso, a música cumpre a função de marcar momento e provocar sensações para que os ouvintes alcancem seus objetivos. Enquanto 87% dos respondentes ouvem música enquanto praticam esportes ou treinam, 85% gostam de ouvir música enquanto se locomovem de um lugar para outro, e 58% enquanto trabalham ou estudam. Além disso, 69% dos jovens escolhem playlists de acordo com suas tarefas, apontando para a importância da curadoria musical das empresas de streaming. Esta lição pode ser bem aproveitada pelas marcas para criar formas de inserir a música como uma conversa com seu público.

A música representa a identidade de quem a ouve. Entre os respondentes, 65% dos jovens escutam playlists criadas ou indicadas por amigos. Além disso, 74% já fizeram uma publicação com uma música escolhida por eles, reforçando o poder de expressão e construção de status social. Assim, empresas podem utilizar a música como forma de reforçar a personalidade e valor da marca, contando uma história que acompanha as tendências.


Gêneros mais ouvidos

O relatório aponta ainda os gêneros mais ouvidos entre os jovens respondentes. São eles o samba e pagode (74%), seguido pelo pop (69%), pelo sertanejo (66%) e pelo funk (62%). No entanto, muito além dos gêneros, há músicas que “bombam”, geram assunto e que fazem parte das conversas do público.

O crescimento dos gêneros entre os ouvintes jovens acompanha a explosão de shows e apresentações de artistas nacionais e internacionais. Projetos de cantores como Ludmilla, Taylor Swift e Beyoncé, que vem seus ingressos esgotados em pouquíssimo tempo, indica que a música também incorpora a experiência de quem a ouve, gerando sensações, lembranças e ainda mais conversas e conteúdos. Marcas podem e devem aprender com essa espetacularização como uma forma de gerar memórias afetivas e momentos marcantes na vida dos consumidores e do público jovem.

Fonte: Consumidor Moderno