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Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 08 de agosto de 2023 às 10:12


Retenção de colaboradores ainda seguem como uma das principais dificuldades; entenda a transformação dos negócios em alimentação, avanços e desafios deste setor.

O segmento de franquias de alimentação faturou R$ 51,918 bilhões em 2022, 18% a mais do que no ano anterior, confirmando uma trajetória de recuperação. O número de unidades cresceu 9% também, chegando a mais de 40 mil, em linha com a retomada da expansão das franquias no geral registrada no ano passado.

O número de redes teve uma variação positiva de 5%, com 857 marcas. No 1º trimestre de 2023, o segmento cresceu 20%. Por outro lado, o impacto nos custos e a dificuldade de reter colaboradores ainda seguem como os principais desafios, segundo a Pesquisa de Food Service 2023, uma parceria da ABF (Associação Brasileira de Franchising) com a Galunion, consultoria especializada em alimentação. A pesquisa, que teve uma amostra de 41 marcas de alimentação, 200 franqueados, representando 42% do faturamento e 8.690 pontos de venda, mostra que 95% das redes possuem multifranqueados e 49% possuem sistema para programa de fidelidade.

Fatores como a implantação de transformações digitais e a aceitação do delivery contribuíram de forma direta para que o mercado de Food Service registrasse bons resultados nos últimos anos. Além disso, diferentes marcas buscam investir em práticas que visam a diminuição do impacto ambiental e a inclusão social em seus negócios.

Promover uma experiência de consumo diferenciada

O levantamento também apontou ainda outras características importantes: 52% dos estabelecimentos estão em shopping centers, 39% na rua e 9% em galerias e outros pontos. Também há uma grande variedade no tipo de culinária principal, com destaque para a Grelhados/Churrasco com 17%, além de Hamburgueria e/ou Sanduicheria, Cafeterias/Chás e Outros, todos com 15%. Sobre as características do modelo de serviço, o serviço rápido, usado especialmente em fast food, fast casual, self-service, em lanchonetes e cafeterias é o mais expressivo, representando 73%.

Segundo Tom Moreira Leite, presidente da ABF, esta edição do levantamento mostra que as empresas estão cada vez mais engajadas em promover uma experiência de consumo diferenciada, levando em conta toda a jornada de compra dos consumidores.

“Nota-se que houve um aumento expressivo por restaurantes e locais que ofereçam o serviço rápido, tanto presencial, como delivery ou take away. Diante disso, foi possível observar que as redes investiram em estratégias e mudanças no menu para se adaptar ao perfil dos clientes. Com isso, 44% optaram tanto pela redução de itens no cardápio, quanto pela reorganização do menu para publicação online ou digital em diferentes plataformas. Isso também auxilia na tentativa de diminuição dos impactos da inflação que o setor de alimentação vem sofrendo”, explica Moreira.

Os dados ainda mostram que há uma diferença em relação ao tíquete médio. No geral, o valor é de R$ 53,33. Mas há um aumento no valor quando os pedidos são feitos para serem entregues em casa, para R$ 55,99 no delivery sem taxa e de R$ 61,64 no delivery com taxa. O menor valor fica para as operações no salão, com tíquete médio de R$ 52,69.

O custo em franquias de alimentação

Ainda tratando sobre custos, os dados mostram que foram pressionados de 2021 para 2022. O CMV (Custo de Mercadoria Vendida), que inclui descartáveis, custos logísticos e mão-de-obra direta, com base em valores sobre faturamento bruto, passou de 33,4% em 2021 para 33,8% em 2022, uma variação de 0,4% sob as vendas. Pessoal de 17,5% em 2021 para 17,8% em 2022, uma variação de 0,3% sob vendas. Já os custos de ocupação sob o faturamento bruto são de 18% para shoppings, 11% para pontos nas ruas e 14% para galerias e outros locais.




O que há no horizonte

Por meio da pesquisa, é possível verificar as principais tendências de menu e ingredientes que as redes monitoram no mercado de Food Service. Dessa forma, 51% dos respondentes optaram por realizar parcerias de cobranding com marcas renomadas de fornecedores, 44% buscam por tendências veganas ou vegetarianas e 39% investem em tendências de saúde e bem-estar, apostando em alimentos funcionais e para reforço de imunidade. Além disso, 12 produtos foi o número médio de lançamentos em 2022.


“Outras tendências que são monitoradas pelas redes englobam alternativas para redução de desperdícios, e produtos e ingredientes sustentáveis, ambos representando 29%. Nesta edição, percebemos que as marcas têm promovido uma busca maior por ações e alternativas que promovam os pilares do ESG. Para se ter ideia, 68% das empresas analisadas adotam práticas que atenuam os impactos ambientais resultantes de suas atividades. Para entender melhor o que tem sido feito, perguntamos quais seriam tais práticas. Dentre elas, 68% investem em controle de desperdício de alimentos, 61% escolhem embalagens ambientalmente responsáveis e 57% efetuam a coleta e destinação correta de óleo vegetal usado”, revela Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion.

Ainda com base em práticas de ESG, dessa vez com foco nas que atenuam os impactos sociais resultantes das atividades, 93% das redes promovem a equidade e diversidade de gênero, cor e orientação sexual, 89% atuam com transparência e ética de conduta, além de tratar bem os funcionários, enquanto 74% participam de ações sociais.

Gente e Gestão das Operações

O número de colaboradores teve um aumento de 3,7 % nas lojas em 2022 com relação à 2021. Além disso, se levar em consideração a média de funcionários por loja, são 15,4 em bares, 14,6 em restaurantes com serviço completo, 9 em serviço rápido, 8 em locais que atuam com 100% delivery ou para levar e 7 no Food Service no varejo, que incluem lojas de conveniência, padarias, empórios e mercados. Além disso, o turn over médio foi de 23%.



Para João Baptista, coordenador da Comissão de Alimentação da ABF, um quesito que merece atenção e se torna um dos desafios do setor está relacionado à retenção de talentos que atuam na cadeia de Food Service. “Se somarmos todos os percentuais da amostra, 90% das redes têm algum tipo de dificuldade na retenção de talentos. Para mitigar essa questão, 88% das empresas investem em premiações a partir de metas atingidas, 46% em desenvolvimento da gestão por meio de treinamentos internos e externos e 37% em uma mudança no formato de remuneração, com introdução de parte variável”, esclarece.

Delivery e Marcas Virtuais

Mostrando a importância desse canal de atendimento e reiterando que é um hábito de consumo que veio para ficar e auxilia diretamente na composição do faturamento, o delivery é utilizado por 93% das redes entrevistadas, sendo que 44% delas atuam com exclusividade em alguma plataforma de marketplace de terceiros.

Um dado curioso é que o delivery caiu 10% em share em 2022, mas obteve um crescimento de 14% em valor nas operações das marcas. Ainda com base neste serviço de entrega, R$ 8 é o valor médio da taxa de entrega cobrada e 16% é em média o acréscimo que as redes cobram no delivery. Além disso, 23 minutos é o tempo médio de saída dos pedidos para entrega, levando em conta o processo de produção e espera do motoqueiro.




Entre os principais pontos que precisam melhorar na relação com os marketplaces, fatores como preço elevado do serviço corresponde a 85%, acesso aos dados do cliente da marca a 82%, conciliação financeira a 67% e falta de mecanismos para interagir sobre problemas ocorridos com clientes aparece com 55%.


“Com base nos números coletados, verificamos que 50% das redes possuem uma marca virtual. Analisando essa questão, ainda vemos o delivery importante e os dados apontaram 2,7 marcas virtuais em média para quem opera no delivery dos respondentes. Isso mostra que destes, alguns devem ter muitas marcas, já que sabemos que outros contam apenas com uma marca única. Já sobre o modelo de operação, 95% são dentro de lojas existentes, podendo ser própria ou de franqueados, enquanto 37% são em dark kitchens próprias e apenas 11% dentro de lojas de outras marcas já existentes”, pontua Simone Galante.


Transformação dos Negócios em Alimentação

Diferentes modelos são considerados pelas marcas para a expansão dos negócios, entre eles: loja de menu reduzido (49%), quiosques (41%), lojas em lugares não tradicionais, como festivais, foodhalls, dentro de comércios ou espaços culturais cujo foco não é alimentação (41%), pontos de venda avançados (32%), restaurantes virtuais (29%) e lojas autônomas, com baixo contato e uso de tecnologia aparente (24%).

Fonte: Consumidor Moderno
Estratégia & Marketing Postado em terça-feira, 08 de agosto de 2023 às 09:51


Até 2025, as marcas deverão atender consumidores mais preocupados com a comunidade, com o tempo e com as conexões pessoais.

Para criar os melhores e mais eficientes produtos e serviços, as marcas precisam identificar desejos, expectativas, anseios e motivações de seus clientes. E qual será o perfil do consumidor do futuro? Segundo o relatório Consumidor do Futuro 2025 da consultoria WGSN, o cliente não terá um único conjunto de características, mas quatro.

O ano de 2025 já não é tão distante assim para que lideranças e executivos descubram o que seus consumidores esperam das marcas. Somente assim poderão impulsionar seus negócios, fidelizar clientes e se manterem competitivos em um mercado em turbulentas transformações.
Conheça abaixo os quatro perfis do consumidor do futuro.


Neo-niilistas

Os consumidores Neo-niilistas estão cansados dos problemas globais e não acreditam que governos e instituições são capazes de resolvê-los. Dentre eles, 57,3% estão preocupados com a inflação e, segundo a pesquisa do Young People’s Voices on Climate Anxiety, Government Betrayal and Moral Injury, 50% dos jovens entre 16 e 25 anos entrevistados sentem a chamada ecoansiedade.

No entanto, Neo-niilistas preferem renunciar à responsabilidade de se preocupar com as calamidades. São pessoas contemplativas, inconformadas e estão em constante busca por um propósito. Desejam criar suas próprias regras e métricas de sucesso.
São consumidores que buscam ideias especulativas, gêneros criativos alternativos e até o uso de substâncias psicodélicas como terapia. Para acessar esse grupo, a WSGN recomenda usar e abusar da honestidade, da autenticidade e do humor. Assim, marcas poderão ganhar a confiança destes consumidores desconfiados.


Redutores

A pandemia gerou uma imersão compulsória na vida digital, e os Redutores já não desejam mais as telas e a conexão virtual. Em vez disso, buscam a conexão com o mundo real, com aquilo que é tangível. Tanto seu crescimento financeiro quanto suas decisões de consumo são baseadas na priorização do ecossistema e da sociedade. 64% dos redutores entrevistados pela pesquisa compraram mais do comércio local para apoiar suas comunidades desde o início da pandemia.

São indivíduos focados em suas comunidades, com propósitos que os guiam em suas decisões e bastante ocupados. Para conquistá-los, é preciso valorizar as conexões na prestação do serviço e da narrativa. São consumidores que prezam por seus valores e buscam marcas que compartilham os mesmos.


Protetores do Tempo

O tempo é o recurso mais valioso para esses consumidores. Em vez de correrem contra ele, preferem adaptar seus cronogramas às suas realidades. Formam conexões e amizades de acordo com seus interesses em vez de faixas etárias. Segundo a pesquisa, 58,6% dos entrevistados da Geração X e dos Baby Boomers não percebem suas faixas etárias representadas de forma adequada no marketing da moda.

São consumidores equilibrados, hedonistas e que buscam o enriquecimento pessoal em vez do material. Priorizaram a qualidade, e não a quantidade. Buscam serviços que lhe concederão mais tempo livre, como modelos de locação. Para conquistar os Protetores do Tempo, as marcas devem oferecer liberdade, flexibilidade e valor agregado.


Pioneiros

São atraídos por novidades, inovações e produtos versáteis. Também não preferem o digital ou o mundo físico, muito pelo contrário: são motivados em construir a ponte entre as duas realidades. São pensadores, planejadores urbanos do mundo real e do metaverso. São empreendedores e intensos, pessoas que gostam de assumir riscos e estão em constante busca por inspiração.

Como consumidores, estão atrás de soluções que melhorem o mundo e facilitem a vida das pessoas. Não têm medo de produtos digitais: segundo a pesquisa, 19% dos entrevistados já compraram itens virtuais em oportunidade do metaverso, como roupas e skins em games.
Para conquistar os Pioneiros, as marcas devêm inspirá-los com novas ideias, designs inteligentes e produtos e serviços que buscam conectar os mundos físico e digital.


E depois?
Além da identificação dos consumidores, o estudo da WGSN oferece também quatro estratégias para atender às expectativas do cliente do futuro:

1. Reduza a pressão. As marcas devem ajudar o consumidor neste momento global de crises e transformações. Devem identificar como podem oferecer produtos e serviços que transmitam narrativas e sentimentos de calma, escapismo e bom humor.

2. Crie conexões e comunidades. As marcas podem incorporar um toque humano aos seus produtos e serviços, contribuindo para que o mundo parece menos e mais amigável. Devem garantir que suas empresas deixem marcas e impactos positivos na sociedade.

3. Priorize a qualidade, em vez da quantidade. Para se destacar, as marcas devem oferecer produtos com excelência, melhores que os disponíveis no mercado. Esses produtos devem agregar valor e enriquecer a vida dos consumidores.

4. Ajude pessoas a transitar entre diferentes realidades. As organizações têm a missão de ajudar as pessoas a alternar entre os mundos físico e digital. Devem proteger a privacidade e permitir que indivíduos expressem as diferentes versões de si.

Fonte: Consumidor Moderno