Estratégia & Marketing
Postado em segunda-feira, 25 de julho de 2022 às 14:32
Estudo mostra estratégias da Renner, C&A e Riachuelo com influenciadores e detalha minúcias de engajamento e aquisição de novos usuários.
Você sabe como as grandes marcas de roupas vendem aqui no Brasil? São muitas as estratégias de marketing, mas boa parte delas, pelo menos as três principais lojas de departamento, Renner, Riachuelo e C&A, utiliza a estratégia de contato com influenciadores para aumentar o alcance e engajamento da marca com seus consumidores.
Esse uso de influenciadores no setor é um plano certeiro. Isso porque o mercado da moda é um dos que mais conta com a atuação do marketing de influência: de acordo com estudo da MindMiners, a categoria de produtos e serviços que as pessoas mais compram por indicação de influenciadores são desse setor (38%). E, assim, a estratégia por trás da escolha de cada profissional visa atender um tipo de público específico.
Para se ter ideia, a Renner, Riachuelo e C&A apresentam um crescimento contínuo no Instagram por meio do uso de influenciadores, seja na própria plataforma ou na de terceiros. E para entender melhor como essas lojas trabalham com influenciadores, a Analytics da Buzzmonitor separou um estudo de um mês de análise dessas três grandes marcas e mostrou algumas estratégias interessantes. Confira:
Micro e macro influenciadores que levaram a Renner ao topo de seguidores
Ao longo do mês de maio, conforme aponta o estudo, a Renner conquistou mais de 72,5 mil novos seguidores, a marca que, entre as três pesquisadas, foi a que desempenhou melhor na aquisição de novos usuários. O crescimento em números totais foi mais que o dobro da Riachuelo e C&A.
O motivo para isso, aposta o levantamento, são as apostas em micro e macro influenciadores. Oito dos 10 posts com maior engajamento e interação no perfil da Renner foram feitos em parceira com influenciadores digital, boa parte composta por vídeos, sem muitas mudanças: modelos e os looks da marca.
A estratégia da marca que gerou essas interações foi a própria Renner publicar esses conteúdos, marcando os influenciadores contratados. Os que performaram melhor, vale ressaltar, foram contas com 10 a 100 mil seguidores, assim como os gigantes com 100 mil a 1 milhão.
Mas ter seguidores não é tudo: a marca apresentou uma queda de 46,3% de engajamento nesse período. E essa tão importante métrica eventualmente cobra seu preço.
Engajamento como estratégia principal da Riachuelo
Diferente da Renner, a Riachuelo fez uma aposta grande para aumentar o engajamento com seus usuários por meio das redes sociais. O estudo da Buzzmonitor mostra que a marca foi a que menos ganhou seguidores em maio, junho e julho deste ano, mas, em compensação, apresentou o melhor engajamento médio com seus consumidores.
Boa parte do conteúdo de social media publicado no Instagram da marca foi de conteúdos orgânicos nesse período (128 posts), divididos entre 90 fotos e 38 vídeos — o que a consagrou, entre as três, como a empresa que mais investiu no audiovisual.
A collab com a Approve Yourself, marca do influenciador Leo Picon, foi a estratégia que mais gerou engajamento nas redes para a Riachuelo. O lançamento da linha contou com a presença de outros influenciadores digitais, o que deixou uma boa marca nas redes de vários perfis importantes, a presença da irmã, Jade Picon, ex-BBB trouxe à marca mais interações.
Assim, nota-se que a estratégia da marca foi apostar em eventos com mega influenciadores, todos com uma quantidade de seguidores acima dos 2 milhões, o que trouxe uma evidente mudança nos números da Riachuelo.
E quando pequenos empreendedores são os influenciadores?
Diferente das demais concorrentes, a C&A traçou uma estratégia diferente em suas redes sociais. Ao invés de influenciadores tradicionais, investiu em artistas independentes e outras marcas menores como meio de influência, uma maneira de, assim, também mostrar que apoia a cultura, arte e os pequenos empreendedores.
Por meio da coleção #CeATees, a marca usou de ilustradores e quadrinistas para divulgar o lançamento, vindos de várias regiões do Brasil, com foco no Norte e Nordeste. Durante os meses estudados pela Buzzmonitor, a C&A focou em falar sobre diversidade, com posts sobre diferentes looks em corpos diversos.
A maior parte do conteúdo veio em formato de fotos e as publicações marcavam os artistas e empreendedores envolvidos no processo de criação da linha de roupas.
O que aprender com tudo isso?
Nas redes sociais, não existe receita de bolo: a ideia é sempre entender melhor o que funciona cada público. Apesar de serem do mesmo setor, inclusive concorrentes, as marcas têm, por natureza, uma série de diferenças. Entender bem o público das redes possibilita também criar ações de marketing mais assertivas.
Já sobre a estratégia de influenciadores, há uma série de pessoas disponíveis no mercado para ações específicas. Nem sempre o mega influenciador com 9 milhões de seguidores vai ter tanto engajamento quanto um micro influenciador, com seus 50 mil seguidores engajados. A regra é a mesma: primeiro estabelecer o objetivo, depois conhecer o público e, então, ir atrás do influenciador mais adequado.
Fonte: Novarejo