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Gestão & Liderança Postado em terça-feira, 18 de abril de 2023 às 10:58


Ter mais tempo para realizar atividades pessoais traz impactos positivos à produtividade. Cuidar de um familiar, alimentar-se com mais tranquilidade na hora do almoço, ver os primeiros passos do filho, ter flexibilidade de horário. Todas essas atividades parecem quase impossíveis no modelo de trabalho tradicional, adotado na maioria das empresas. Por isso, cada vez mais pessoas buscam vagas que ofereçam home office. Esse comportamento, impulsionado durante a pandemia, proporciona mais qualidade de vida e veio para ficar, inclusive com algumas adaptações, como o modelo híbrido.

Karine Cavalcanti, especialista em recrutamento e seleção e sócia-fundadora da Conceito 3W, consultoria de solução em pessoas, fala sobre a tendência do home office, mas ressalta: esse modelo não é para todos.


Trabalho remoto: conforto ou esconderijo?

De acordo com a profissional, o home office fez os trabalhadores perceberem o valor de se estar em casa – principalmente aqueles que passavam muitas horas no deslocamento de casa para o trabalho e vice-versa. “O ritmo frenético do trânsito deixa as pessoas cansadas e estressadas logo pela manhã, afetando todo o dia de trabalho. Mas, infelizmente, essa é a realidade da grande maioria das pessoas, que não podem morar perto de onde trabalham. O cenário pandêmico fez com que os trabalhadores provassem um outro contexto. Eles acordam, podem tomar café da manhã com mais tranquilidade, viver ao invés de sobreviver”.

Porém, a alta nas buscas por vagas home office estabeleceu um cenário preocupante para as empresas, na visão de Karine Cavalcanti: “O home office também faz com que as pessoas fiquem numa zona de conforto maior na hora de gerenciar conflitos e se escondam um pouco mais atrás das telas. E sim, existem muitas pessoas que acabam optando pelo trabalho remoto porque não gostam de lidar com pessoas”.


Voltar ao modelo presencial é uma opção praticamente descartada

A alternativa que equilibra o retorno ao modelo 100% presencial e o home office é o trabalho híbrido, formato que vem ganhando aderência dentro de algumas companhias. A justificativa é a possibilidade de acompanhar mais de perto a produtividade dos funcionários.

“Eu acho que o trabalho exclusivamente remoto será adotado apenas em negócios muito pontuais, porque as pessoas, principalmente os líderes, têm sentido muita falta da troca presencial. Afinal, é neste modelo que a gente consegue observar os comportamentos das pessoas e melhorá-los”, comenta a especialista.


O home office deixa as pessoas mais produtivas: isso é verdade?

A resposta é: depende. Karine Cavalcanti explica que o trabalho remoto será mais produtivo se o trabalhador tiver boas condições de exercer o seu ofício. Caso contrário, o ideal é mantê-lo no escritório: “A ideia do home office é que as pessoas consigam usar mais de seu tempo em algo para si mesmas, seja fazer exercícios, acordar com mais calma ou se livrar do estresse que costumam passar fora de casa. Mas, para isso, o ambiente deve ser favorável e oferecer as ferramentas adequadas ao profissional, como um espaço agradável e tranquilo, uma boa conexão de internet e conforto”.

“Além disso, se a empresa não tiver uma liderança humanizada, de nada adianta, diz a especialista: Qual é a vantagem de trabalhar em casa e não ter pausa de almoço, ou acordar e não poder relaxar a mente antes de trabalhar? É importante que, com o trabalho remoto, você consiga estabelecer rituais de pausa para não transformar a sua casa em uma extensão piorada do escritório”.

O segredo para melhorar a produtividade, de acordo com Karine Cavalcanti, está no trabalho híbrido, pois este modelo permite um contato presencial em momentos pontuais, mesmo que seja para momentos de descompressão, enquanto atividades que precisam de maior concentração são feitas remotamente.

Fonte: Consumidor Moderno