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Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 05 de outubro de 2021 às 10:54


Aceleração do consumo digital começou com as restrições da pandemia e deve se acentuar com melhora em tecnologia e segurança.

Não há dúvidas: a pandemia, de fato, impulsionou o e-commerce no Brasil. Só em 2020 foram 13 milhões de novos consumidores – um crescimento de 29% em relação ao ano anterior. Gente que até então só comprava em lojas físicas.

Os dados são da 43ª edição da pesquisa Webshoppers, realizada pela EBIT| Nielsen em parceria com a Bexs, que revela ainda que o faturamento das lojas virtuais atingiu um recorde histórico: 87 bilhões em vendas, 41% de variação em relação ao ano anterior.

Apesar de ter sido impulsionado pelo isolamento social provocado pelo novo coronavírus, o crescimento do e-commerce não deve recuar no pós-pandemia. Ao contrário: a melhora na tecnologia e na segurança e o aumento da confiança do consumidor em relação às compras online devem acentuar ainda mais o crescimento do setor, que ainda é considerado embrionário por especialistas.


E-commerce brasileiro deve decolar no modo turbo

Apesar de todo o crescimento registrado em 2020 – e dos indicativos de que continua em expansão em 2021 – o comércio online ainda é considerado embrionário no Brasil.

Um levantamento feito em parceria entre o PayPal Brasil e a BigDataCorp, intitulado Perfil do E-commerce Brasileiro 2021, aponta que o e-commerce responde por apenas 4% do total de vendas realizadas no País.

Rodrigo Schemann, diretor de vendas da fintech global Unlimint no Brasil, considera que o setor representa um oceano para se navegar e afirma que estamos apenas no início dessa exploração.

“A pandemia acelerou o processo de inclusão digital. Para se ter uma ideia, antes, apenas 4% ou 5% do volume de transações no e-commerce eram feitas com cartão de crédito ou débito. Durante a pandemia, esse percentual saltou para 30%. As pessoas foram obrigadas a aprender como baixar uma carteira digital e aplicativos de saque, inclusive, para utilizar o auxílio emergencial”.

Com a necessidade de mergulhar neste universo, o receio dos consumidores em comprar pelo computador ou celular também diminuiu. “A população está mais digitalizada. Essas experiências vão impulsionar muito o comércio eletrônico nos próximos anos”, prevê Rodrigo Schemann.

A maior presença dos consumidores online, por sua vez, forçou lojas físicas a se tornarem digitais, desencadeando também uma transformação nos modelos de negócio em todo o País. O estudo da PayPal e da BigDataCorp comprova esse fato: em julho de 2019, o Brasil contabilizava 900 mil lojas online. Em julho deste ano, o número já soma quase 1,6 milhão.

“Quem vende qualquer produto ou serviço hoje, se não estiver no digital, tende a não sobreviver. A conjuntura obriga ter um comércio eletrônico porque amplia o horizonte de vendas. Se alguém antes tinha receio de estar online, hoje não deve ter mais. A pandemia forçou que empresas e empreendimentos se voltassem para o e-commerce e, com isso, esses negócios encontraram nesse canal uma fonte de renda que antes não imaginavam ser possível ter”, analisa o diretor de vendas da fintech global Unlimint no Brasil.

Além da digitalização que vem transformando o comportamento do consumidor e dos negócios, o ‘oceano’ a ser explorado envolve também a potencialização de novos setores dentro do próprio e-commerce.

“Há muito a ser explorado ainda. No Brasil, por exemplo, alguns setores são proibidos, diferentemente de outros países – como jogos de azar e cassino online”.

O setor de supermercados também é utilizado pelo especialista como exemplo, uma vez que as vendas online ainda são pequenas se comparadas com as compras presenciais, que continuaram sendo preferência mesmo na pandemia. Outro nicho que deve se expandir é o de vendas de produtos importados.

“Hoje temos uma meia dúzia de sites que vendem produtos importados no Brasil. É muito pouco. Para comprar um produto que só existe nos Estados Unidos, por exemplo, é difícil, muita burocracia e entregas demoradas. Quando os sites internacionais – e mesmo os brasileiros que vendem produtos de fora – conseguirem resolver esses problemas com burocracia e dificuldade de logística, os números do e-commerce vão crescer muito no país”, prevê.


Perspectivas para o futuro do setor

Implementar tecnologias capazes de aproximar a experiência de compra online e offline e aprimorar a segurança, incentivando o consumo digital, é a principal missão de quem atua no e-commerce.

“É muito da cultura do brasileiro ir até a loja para sentir a experiência da compra. No setor de vestuário, por exemplo, muita gente tem medo de comprar online porque não sabe se o produto vai chegar no tamanho ideal. O fato de não ter um selo de qualidade ou uma garantia de que o produto que vai ser entregue é efetivamente o que está sendo mostrado, inibe o consumidor. Por conta disso, muita gente ainda prefere ir à loja física para sentir, testar e vestir a roupa”, exemplifica Rodrigo Schemann.

Nesse sentido, para o diretor de vendas da fintech global Unlimint, o principal desafio das empresas é fazer com que a pessoa que não está acostumada a comprar online faça a primeira compra. “Ou seja, cativar este cliente e fazer com que ele saia satisfeito e deseje repetir o procedimento”.

Investir em tecnologias para aprimorar essa experiência digital – como as lojas que permitem fazer upload de fotos para ver como as peças de roupas ficariam e até mesmo testar combinações, montando looks – e investir em logística reversa são algumas das estratégias efetivas para cumprir com esse objetivo.

Outro fator decisivo para conquistar novos consumidores e expandir o e-commerce no país é o investimento em segurança na hora da compra. “As pessoas ainda têm receio de informar dados pessoais para finalizar as compras, especialmente número de cartão e chave de segurança, requeridos no momento do checkout. Isso, muitas vezes, faz com que não comprem em sites novos, e sim nas empresas que já conhecem. O faturamento dessas organizações está explodindo”, avalia Rodrigo Schemann.

Tecnologias que facilitem o pagamento e preservem a segurança dos dados devem ser prioridade para empresas do setor. Um exemplo é o 3DS 2.0, que, segundo estudo de caso da Visa, é capaz de reduzir em 40% as fraudes, enquanto os comerciantes podem esperar até 66% menos taxas de abandono do carrinho.

“Com o modelo de checkout atualmente utilizado no Brasil, não é possível saber qual empresa está por trás do processo de pagamento e isso gera insegurança. A Unlimint está trazendo para o país um modelo novo, utilizado na Europa. Quando o cliente compra em um site, tem como saber que está digitando todas as informações do cartão no ambiente de uma empresa segura. A página tem selo de qualidade e garantia de segurança, com todos os protocolos chancelados por órgãos e entidades competentes. Isso vai trazer muito mais segurança para a compra. Trata-se de uma confirmação positiva da compra, reduzindo sobremaneira as fraudes”.

Fonte: Novarejo
Tecnologia & Inovação Postado em quinta-feira, 30 de setembro de 2021 às 10:07


Estudo mostra alta nos investimentos em startups da América Latina. Aporte em negócios brasileiros do tipo cresceu mais de 16 vezes entre 2016 e 2021.

O interesse de grandes empresas pelas startups tem crescido na América Latina – e as principais compradoras são conhecidas dos brasileiros.

O Magazine Luiza (MGLU3) é a empresa que mais comprou negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos da região. Suas aquisições foram noticiadas com frequência, reforçando os planos de se tornam um super aplicativo nos moldes das gigantes chinesas do comércio digital. A lista de maiores compradoras também tem empresas como Linx (LINX3), Locaweb (LWSA3), Méliuz (CASH3) e Mercado Livre (MELI34).

O ranking é parte do Relatório Sling Hub Latam, feito pela plataforma de inteligência de dados em inovação Sling Hub. O relatório concentra informações de 24.409 startups e 656 investidores em países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai.

O número de aquisição provavelmente será recorde neste ano na América Latina. Até agosto de 2021, 195 startups regionais foram compradas em processos de M&A (fusão e aquisição). Em 2020, aconteceram 200 negociações do tipo. 83% de todas as startups adquiridas na América Latina foram brasileiras.

O país também tem alta representação do outro lado do balcão: das 10 maiores empresas compradoras, oito são nacionais. As exceções são a irlandesa Accenture e a argentina Mercado Livre.

“A Magalu é a maior compradora de startups hoje na América Latina, com 25 empresas adquiridas. Essa informação que só reforça a importância da companhia no ecossistema brasileiro”, analisa em comunicado João Ventura, CEO da Sling Hub.

Uma das últimas compras anunciada pela empresa foi a maior de sua história: o site de games e tecnologia Kabum!, por R$ 1 bilhão em recursos financeiros mais outros valores em transferência de ações do Magazine Luiza. As vendas do e-commerce do Magalu avançaram 46,4% no segundo trimestre de 2021. O lucro líquido foi de R$ 95,5 milhões, ante prejuízo de R$ 64,5 milhões registrado entre abril e junho do ano passado.


Mais dinheiro, mais unicórnios

O maior número de processos de fusão e aquisição com startups reflete o crescimento das empresas escaláveis, inovadoras e tecnológicas na América Latina. E o Brasil concentra 77% das startups da região. São 17.987 negócios do tipo, ou uma startup para cada 12 mil habitantes. Essa é a maior concentração de startups por habitante na América Latina, seguida pela concentração do Chile (17 mil) e do Uruguai (22 mil).

Essas empresas também captam mais investimentos a cada ano na América Latina. Entre 2016 e 2021, o único ano que apresentou queda em relação ao anterior foi 2020, marcado pela pandemia do novo coronavírus. O investimento passou de US$ 937 milhões em 2016 para US$ 13,2 bilhões até este momento de 2021. É um crescimento de 14 vezes.

Especificamente no Brasil, não houve ano de queda. O volume de investimento passou de US$ 569 milhões em 2016 para US$ 9,238 bilhões até este momento de 2021. A expansão foi de 16,2 vezes.

No acumulado deste ano, o crescimento do dinheiro colocado em startups está em 109% sobre 2020 na América Latina. Desde o início de 2016, o total investido na região foi de US$ 36,1 bilhões em 5.175 rodadas. No Brasil, o crescimento está em 138% sobre 2020. O total investido nas startups do país desde 2016 é de US$ 22,9 bilhões em 2.819 rodadas.

O Brasil também se tornou o mais relevante em termos de unicórnios, ou startups avaliadas em ao menos US$ 1 bilhão. A Argentina foi único país latino-americano a produzir unicórnios durante uma década, com Mercado Livre em 2007 e Decolar em 2017. Esse cenário mudou em 2018. Sete startups brasileiras ultrapassaram o valor de mercado de US$ 1 bilhão. No mesmo ano, Colômbia e México também entraram para o clube dos unicórnios.


Atualmente, 60% dos unicórnios latino-americanos são brasileiros. 21 dos 34 unicórnios pertencem ao país, segundo a Sling Hub. A plataforma de inteligência de dados incluiu empresas que atingiram a avaliação bilionária sendo empresas públicas, como PagSeguro e Stone, e também coloca a Nuvemshop como brasileira, ainda que seus fundadores sejam argentinos.

Enquanto os M&As têm a lista de maiores compradoras, os investimentos têm a lista de maiores apostadores em negócios que virariam unicórnios. A empresa de telecomunicações japonesa SoftBank ocupa o topo do ranking, investindo em 13 dos 34 unicórnios da América Latina. Os americanos Tiger Global e Endeavor completam o pódio, com 11 e 10 unicórnios respectivamente.

Fonte: Infomoney