Notícias


Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 16 de novembro de 2021 às 17:05


Foodtech quase triplicou sua avaliação de mercado em pouco mais de um ano. O fundador Marcos Leta fala sobre concorrência e potencial brasileiro no setor.
As proteínas que imitam o gosto das carnes animais usando apenas ingredientes vegetais estão conquistando investidores, inclusive no Brasil. A última notícia do setor é um novo investimento na Fazenda Futuro. A startup de comida (foodtech) brasileira fez uma rodada que avaliou o negócio em R$ 2,2 bilhões – cerca de três vezes mais do que a avaliação de R$ 715 milhões conquistada na rodada anterior, feita em setembro de 2020.

A atual série C captou cerca de R$ 300 milhões (US$ 58 milhões). O investimento foi liderado pelo banco de investimentos BTG e pela Rage Capital, um fundo europeu que investiu tanto nas gigantes Airbnb e Epic Games quanto em foodtechs como a Clara Foods. Todos os investidores de rodadas anteriores acompanharam a rodada atual. Novos investidores incluem tanto a co-líder Rage Capital quanto a XP Inc. (controladora do InfoMoney).

“Essa avaliação é um reflexo do nosso poder de execução, traduzido em crescimento. Construímos uma marca apreciada no Brasil e em outros países em pouco mais de dois anos. O mundo sabe que o Brasil entende de carne, e agora podemos assumir a liderança nas carnes de planta”, afirma Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro, em entrevista ao Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney.

A Fazenda Futuro foi criada em abril de 2019. Além de um hambúrguer feito com plantas, a foodtech têm emulações de almôndegas, atum, carne moída, frango em pedaços e linguiça de pernil. Alguns ingredientes usados são beterraba, ervilha, gordura de coco, óleo de canola e soja. O objetivo é atrair não apenas os vegetarianos e veganos, mas também consumidores da carne comum. A fazenda Futuro atua em 25 países atualmente, com metade do seu faturamento vindo de mercados internacionais.


Conquista de terras internacionais

O novo investimento vai principalmente para fazer o negócio virar nos Estados Unidos – o maior mercado de comida plant based do mundo. “Precisamos de todos os investimentos possíveis para emplacarmos nossa marca e fazermos nossa entrada no mercado americano [go to market]”, afirma Leta.

A foodtech brasileira está em pré-operação no país faz pouco mais de um mês, vendendo em algumas lojas online dos Estados Unidos. Agora, a Fazenda Futuro está negociando com varejistas e distribuidores para vender em todo o país no começo de 2022. Mas a competição será pesada. Segundo a consultoria Tracxn, os Estados Unidos têm cerca de 2,8 mil foodtechs. As principais startups americanas fabricando comida a base de plantas são a Beyond Meat, avaliada em US$ 6,6 bilhões na bolsa de tecnologia Nasdaq, e a Impossible Foods, que está buscando uma avaliação de US$ 7 bilhões em uma nova rodada privada de investimentos.

Para Leta, um diferencial da foodtech brasileira será o preço. “Beyond Meat e Impossible Foods são marcas premium, com embalagens que custam de US$ 6 a US$ 8. Temos as marcas de supermercado no outro extremo, que custam entre US$ 3 e US$ 4,5. Nós entregamos um produto com qualidade premium, mas com um preço que fica entre as marcas de supermercado e as marcas premium por conta da nossa produção nacional. É assim no Canadá, onde estamos presentes na rede Whole Foods”, diz o fundador. Essa produção nacional se traduz em facilidade de obter matéria-prima, pela vocação agrícola do Brasil, e custos de produção menores por conta do atual câmbio entre o real brasileiro e o dólar americano.

O investimento também será usado para fortalecer a Fazenda Futuro em países europeus como Inglaterra e Holanda, por meio de redes como Jumbo e Sainsbury’s. “Os países com maior volume de consumo plant based são Canadá, Estados Unidos e alguns países da Europa. Nas outras regiões, atuamos muito através de representantes locais”, diz Leta. A Fazenda Futuro espera terminar este ano com presença em 30 países.

A expansão geográfica é acompanhada pela expansão de produtos. A foodtech tem 12 inovações em sua esteira de desenvolvimento, a serem lançadas entre 2021 e 2023. A Fazenda Futuro segue atualizando os produtos atuais, mas também pretende entrar na categoria de produtos que imitam leite e seus derivados. Nesse segmento, a principal concorrente é a chilena The Not Company. A startup conquistou uma avaliação de cerca de US$ 1,5 bilhão em julho deste ano, tornando-se o primeiro unicórnio da América Latina na área de foodtech.

A Fazenda Futuro começará a vender leite e derivados de leite vegetais internacionalmente, e só depois trará os produtos ao Brasil. As vendas internacionais representaram metade do faturamento da startup ao longo de 2021. O plano é que elas representem 90% do faturamento em 2025.

“Em alguns países, percebemos que existe a oportunidade de aumentar nossa presença de marca ampliando as categorias que oferecemos. Por enquanto, o grande volume de consumo de leite e derivados de leite plant based está fora do Brasil”, diz Leta.


Brasil ainda em consolidação

As foodtechs ainda são recentes no Brasil. Enquanto Beyond Meat e Impossible Foods foram fundadas respectivamente em 2009 e 2011, a Fazenda Futuro começou em 2019. Com sua série C, a startup brasileira quer levar mais musculatura ao consumo nacional de carne plant based.

“Além de esforço comercial para continuar construindo nossa categoria de carnes a base de plantas por aqui, também temos o investimento em desenvolvimento de produto, que acontece na nossa fábrica em Volta Redonda [Rio de Janeiro]”, afirma Leta. A atual capacidade produtiva da fábrica suporta o crescimento projetado para 2022 e 2023. A Fazenda Futuro não abre suas porcentagens de crescimento.

O mercado a transformar é grande: o Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de carne, atrás apenas de Estados Unidos e China, segundo boletim deste ano da Embrapa. Mas o desejo de transformação também é imenso: o país é o quinto mercado no mundo para a comida saudável, segundo o The Good Food Institute, organização global pela inovação na indústria de alimentos.

Uma pesquisa realizada pelo GFI em maio de 2020 mostrou que 49% dos brasileiros reduziu seu consumo de carne nos 12 meses anteriores, ante 29% no estudo anterior do GFI (2018). Boa parte da substituição feita por esses consumidores é feita com vegetais comuns (47%), mas as carnes vegetais têm uma participação relevante (12%).

A Fazenda Futuro quer colocar fermento nessa fatia do bolo das proteínas alternativas – e esse fermento se traduz em investimento. Segundo Leta, a rodada de cerca de R$ 300 milhões fornecerá caixa para a Fazenda Futuro até 2024. A foodtech ainda não estuda uma oferta pública inicial de ações, como fez a concorrente Beyond Meat. “Não temos o IPO no horizonte por enquanto. O foco está em executar nosso plano de crescimento”, diz Leta.

Fonte: Infomoney
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 16 de novembro de 2021 às 16:55


Indicador de ações de cassinos de Macau, por exemplo, subiu 5,9%, maior ganho em mais de dois meses depois do anúncio.

Ações de empresas relacionadas a apostas na reabertura da economia, como de cassinos e companhias aéreas, deram um salto nas negociações na Ásia na segunda-feira, em reação ao anúncio da Pfizer de que sua pílula contra a Covid-19 pode reduzir hospitalizações e mortes em pacientes de alto risco em 89%.

O indicador da Bloomberg de ações de cassinos de Macau subiu 5,9%, o maior ganho em mais de dois meses, enquanto um índice de papéis de companhias aéreas da Ásia-Pacífico avançou 4,5%, a maior alta desde março. A ação da fabricante de bagagens Samsonite International disparou 14% em Hong Kong.

A onda de compras na Ásia acompanha ganhos entre ações semelhantes nos Estados Unidos. A Pfizer busca se tornar a segunda farmacêutica a oferecer uma pílula para combater o coronavírus.

Embora o medicamento da Pfizer ainda não tenha recebido autorização emergencial de reguladores dos EUA, investidores dizem que a pílula tem potencial para ajudar a aliviar a pandemia e acelerar o retorno às viagens.

A pílula “traz alguma esperança de que a reabertura será mais fácil, especialmente se a pílula for capaz de reduzir a pressão sobre a capacidade hospitalar”, disse Jun Rong Yeap, estrategista de mercado da IG Asia, em Singapura.

“O fato de ser um tratamento oral também pode sugerir que pode ser mais bem recebido, juntamente com a alta eficácia.”

Enquanto isso, ações de fabricantes de vacinas e tratamentos para a Covid-19 na região perderam terreno: o papel da CanSino Biologics despencou 17% em Hong Kong. A ação da Wuxi Biologics Cayman, que fabrica ingredientes para a vacina da AstraZeneca, caiu 8,6%.

Se for eficaz, a pílula da Pfizer “pode criar incertezas para as perspectivas de lucros e ‘valuations’ de fabricantes chineses de vacinas”, disse Daniel So, estrategista da CMB International Securities. “Os impactos devem ser de médio a longo prazo.”

No Japão, a ação da Shionogi & Co., que desenvolve um medicamento que compete com o da Pfizer, registrou a maior queda desde março de 2020. A empresa espera dados de ensaios em estágio final sobre o tratamento até dezembro. O papel da Takara Bio, que tem contrato para produzir vacinas de RNA mensageiro no Japão a partir do ano que vem, teve a maior baixa desde maio do ano passado.

No mês passado, a Merck & Co. submeteu seu tratamento experimental a reguladores depois de um estudo indicando que a pílula reduz pela metade o risco de caos graves ou mortes por Covid-19 em alguns pacientes. Ações de empresas relacionadas a vacinas também perderam terreno após o anúncio na época.

Fonte: Infomoney