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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 29 de agosto de 2017 às 20:44
O setor de franquias encerrou o primeiro semestre do ano com um faturamento de R$ 74,428 bilhões, um crescimento nominal de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, a alta nominal foi de 6,8%, para R$ 37,565 bilhões, na comparação com igual intervalo de 2016.

Dentro do setor, porém, alguns segmentos tiveram um aumento de faturamento acima da média, segundo pesquisa da ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Altino Cristofoletti Junior, presidente da entidade, ressalta, no entanto, que o fator de decisão para a escolha de uma franquia não deve ser o segmento que está crescendo no momento, mas a afinidade do empreendedor com a área de negócio.

“Sempre haverá janelas de oportunidade, mas o importante é tomar a decisão pela afinidade com o negócio. É fundamental também fazer um plano de negócio, escolher algo que caiba no bolso e envolver a família, além de conversar com franqueados da rede para ver se estão satisfeitos”, afirma.

No segundo trimestre do ano, o segmento com a  maior alta foi o de Hotelaria e Turismo, com uma expansão de 10,1% na receita. Segundo Cristofoletti, houve um vácuo nesse setor após as Olimpíadas, e como ele está em recuperação agora apresenta números expressivos. “De qualquer forma, o turismo vem se desenvolvendo muito e é uma tendência constante”, afirma o presidente da ABF.

Com uma alta de 8,6% no trimestre, Casa e Construção é outro segmento que vem mostrando recuperação. “Com a injeção [dos recursos das contas inativas] do FGTS, as famílias usaram o dinheiro para pagar dívidas e, em segundo momento, para aplicar em algo mais material, como a casa”, diz Cristofoletti.

Favorecido pelo aumento da procura por clínicas populares, Saúde, Beleza e Bem-Estar registrou um avanço de 9,4% na receita do trimestre. Segundo o presidente da ABF, o desempenho também é resultado da maior preocupação das pessoas com a saúde. “É um setor em constante desenvolvimento no sistema de franchising e que está investindo muito em capacitação e marketing”, acrescenta.

Fonte: ABF
Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 22 de agosto de 2017 às 20:53
A edição de 2017 do Ranking das 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro da SBVC, elaborado a partir dos dados de 2016, permite aprofundar diversas análises sobre as médias e grandes empresas do varejo brasileiro e seu comportamento durante a crise 2015-2016. O estudo mapeou empresas de todos os segmentos de varejo com faturamento acima de R$ 216 milhões/ ano, que inclui 107 gigantes com faturamento acima de R$ 1 bilhão/ ano. Há empresas que operam entre uma e quatro mil lojas (do Andorinha ao Boticário), entre um e vinte e sete estados. As trezentas empresas respondem por 40% do varejo brasileiro.

Resiliência e enfrentamento da crise – a edição de 2016 do Ranking já havia revelado que, apesar do cenário negativo para o varejo em 2015, boa parte das médias e grandes empresas haviam mostrado resiliência. Os dados de 2016 reforçam esta análise. Números referentes a 233 empresas do ranking revelam crescimento nominal consolidado de 8,2% sobre 2015 (contra crescimento nominal de 4,5% do varejo brasileiro no mesmo período). O mais relevante é que 82,4% das empresas tiveram aumento nominal de vendas, contra 16,7% que apresentaram queda em 2016.

Em relação a expansão, amostra de 236 empresas mostra que a base de lojas terminou o ano de 2016 em número 3,0% maior do que começou. Em 51% das empresas houve aumento na base de lojas, 32% mantiveram o número de lojas e somente 17% apresentaram redução.

A venda por funcionário aumentou 0,8% (em base de 213 empresas), resultado da agenda de eficiência e produtividade implantada por boa parte das empresas no varejo brasileiro. Amostra de 213 empresas mostra aumento médio de 4,2% de empregados, com 53,1% das empresas tendo ampliado quadro e 40,8% apresentando redução no período.

Ou seja, o varejo brasileiro não parou, apesar da forte crise que provocou queda de consumo e destruição de confiança. Os dados tornam-se ainda mais representativos ao se analisar os 50 maiores grupos empresariais, que representam 27% do varejo no Brasil: eles alcançaram crescimento de vendas de 9,5%, expansão de base de lojas de 5,1% e aumento de quadro de funcionários de 1,6%.

A força do varejo regional – o mercado brasileiro é extenso, complexo e apresenta elevados graus de concentração geográfica e demográfica. Isto torna muito difícil a expansão de redes de varejo em âmbito nacional e a penetração em municípios de menor potencial de consumo. O varejo brasileiro ainda é predominantemente ocupado por empresas regionais. Das 300 maiores, 133 só operam em um estado, 171 em até três estados e somente 85 em mais de dez estados. As proporções mudam entre os 50 maiores grupos, mas ainda mostram forte regionalismo: 11 deles só operam em um estado, 20 em até 5 estados e 25 acima de 10 estados. O aspecto importante é que 12 dos 50 maiores grupos já possuem operação em 27 estados.

Atraso no e-commerce – um destaque negativo do ranking é o ainda elevado número de empresas que não possuem operação de e-commerce. Das 300 maiores, somente 119 (40%) vendem online. O número é fortemente impactado pelo varejo alimentar: apenas 18 das 144 maiores redes de supermercados (12%) e 4 das 16 maiores de food service (25%) possuem operação de e-commerce. Mesmo nos segmentos de varejo não alimentar, que apresentam maior índice de presença digital, apenas 97 das 140 empresas (69%) vendem online. Quase 80% da população economicamente ativa já compra online no Brasil. Os consumidores estão se movimentando mais rapidamente que o varejo, que já deveria estar avançando em processos de transformação digital e ainda está em grande parte fora do comércio eletrônico.

O vigor do franchising: as características do mercado brasileiro anteriormente descritas, somadas ao traço cultural de empreendedorismo, tornam o franchising modelo de negócio aderente e de potencial crescente. Das 300 maiores, 41 empresas possuem operações relevantes de franchising (ou modelos de licenciamento em rede). O Ranking da SBVC vem revelando o potencial e relevância do franchising, ao classificar as empresas pela venda consolidada das redes (sell-out) e não pelo faturamento das franqueadoras (sell-in). Com isso, revela-se que 21 redes de franchising têm faturamento consolidado acima de R$ 1 bilhão.

Os números do Ranking ressaltam o amadurecimento do varejo brasileiro, a capacidade de enfrentamento da crise que as médias e grandes empresas tiveram e o ganho de produtividade que deixará legado positivo quando a demanda se recuperar. De outro lado, revelam um preocupante atraso na integração do mundo digital aos negócios dos principais varejistas brasileiros, que precisam acelerar a agenda de transformação digital de seus negócios. Em síntese, o curto prazo está bem encaminhado, já o longo prazo nem tanto.

Fonte: O Negócio do Varejo