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Varejo & Franquias Postado em terça-feira, 22 de junho de 2021 às 10:30


Artigo de Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, ao World Retail Congress avalia atual fisiologia do varejo.

Em junho, o Brasil terá atingido um novo marco terrível: 500 mil vidas perdidas para a pandemia e as mortes se estabilizando em uma média de 2 mil por dia. Este cenário assustador é, sem dúvida, preocupante para a maior economia da América Latina. Mas aprendemos a viver com os novos riscos associados a nossas vidas e caminhamos com as vacinações.

Este é o cenário ilustrado com sobriedade pelo CEO do Grupo Padrão, Roberto Meir, em seu último artigo para o prestigiado World Retail Congress. Àquele que seja talvez o hall de debates mais importantes do varejo, Meir compartilha percepções sobre o corta-caminho digital que o varejo do País está fazendo enquanto a economia começa a dar sinais de vida.

A economia cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2021, o mercado de ações tem registrado recordes sucessivos e as principais instituições financeiras projetam crescimento em torno de 4,5% para o PIB anual. “Para os varejistas, é a hora da festa de consolidação”, introduz o especialista em consumo, ressaltando fusões e aquisições simbólicas, pontos de virada da digitalização, tendências e a natureza da mudança para a qual o varejo caminha.


Fusões e aquisições

Recentemente, a atividade de fusões e aquisições se acelerou no Brasil. No varejo, movimentos emblemáticos expressam, segundo Meir, uma tendência irreversível de grandes corporações em posição confortável para barganhar oportunidades e adquirir concorrentes menores que, conforme observa ele, não são tão desenvolvidos e ainda lutam em sua jornada de transformação digital.

Em maio, a rede de drogarias Pague Menos, que já contava com 1.100 lojas pelo País, adquiriu a concorrente Extrafarma por cerca de US $ 130 milhões, acrescentando mais 402 lojas à sua rede. No final de abril, o Grupo SOMA adquiriu a Hering, uma empresa tradicional de têxteis e varejo de roupas fundada em 1880, por US $ 967 milhões.

Em março, por exemplo, o Carrefour adquiriu o BIG, o terceiro maior varejista de alimentos do País, por cerca de U$ 1,3 bilhão. A aquisição incluiu 387 lojas e adicionou outros U$ 4,51 bilhões à receita de vendas do Carrefour — que é, de longe, o maior varejista do Brasil, com receita de até US $ 18 bilhões, 876 lojas e 130 mil funcionários.

Um pouco mais retrospectivamente, no final do ano passado, a líder em calçados e acessórios femininos Arezzo adquiriu a Reserva para expandir seu portfólio de marcas.

Para Meir, novas fusões devem acontecer em breve, conectando varejistas tradicionais a jogadores puros de comércio eletrônico. Esses acordos pintam um novo quadro, no qual a digitalização, a transição para os modelos “phygital” e ganhos de eficiência e escala são necessários para a saúde operacional. Meir observa que o mercado brasileiro está passando por uma rápida transformação e o comércio eletrônico não é mais uma opção ou aposta. Ele é uma realidade que acelera mudanças e rupturas de tradições no cenário corporativo, incluindo o surgimento de marketplaces.


Digitalização e demanda reprimida

Em paralelo às tendências de fusões entre as redes varejistas, o comércio começa sua guinada de retomada por meio de uma digitalização capaz de suprir uma demanda reprimida. Tal demanda reprimida, aliás, é vista em picos de vendas em datas comemorativas, como o Dia das Mães, quando os shoppings comemoram aumento de 460% nas vendas em comparação com a data no ano passado, chegando a mais de R$ 4,1 bilhões, segundo a ABRASCE (Associação Brasileira da Indústria). Meir exemplifica ainda com o crescimento de 7% nas vendas em supermercados entre janeiro e março deste ano, segundo dados da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados).

É a digitalização que supre a demanda reprimida, a exemplo da Via, que acabou de montar seu marketplace e ver as vendas via WhatsApp dispararem para R$ 1,2 bilhão, cerca de 20% do total de seus canais digitais e exatos 56% das vendas totais do grupo. Para Meir, esses dados mostram que os varejistas brasileiros têm reagido aos impactos da pandemia adotando canais digitais amigáveis ao consumidor, sendo WhatsApp, apps, totens em lojas físicas, novos meios de pagamento, carteiras digitais ou adaptações de espaço para aumentar a segurança e confiança.


Grandes tendências

O contexto de preocupação com segurança nos espaços físicos e qualidade no atendimento virtual tornaram-se vantagens competitivas, gerando novas preferências de consumo. Meir lembra que uma recente pesquisa do Opinion Box Group encontrou uma forte tendência: o número de consumidores que demandam uma experiência unificada tanto em espaços físicos quanto digitais saltou de 29% para 49% entre 2019 e 2021. Outro fenômeno digital citado pelo especialista é a adoção do Instagram como um canal digital de vendas. Um relatório “Commercial Cloud”, da Cloudshop, mostra que o volume de vendas online mediadas por redes sociais chega a 34%, sendo 87% feito por meio do Instagram.

Meir cita também destaques do último estudo da Alli iN, Social Mainer e Cortex sobre tendências e oportunidades para 2021:

Crescimento de 90% nos pedidos de entrega de alimentos em 2020, ao mesmo tempo em que existe uma tendência crescente entre os consumidores de cozinhar em casa. O volume de pesquisas sobre “como fazer uma refeição em casa” aumentou 110%, por exemplo. O mesmo vale para receitas de pães (110%) e bolos (61%).

As lojas online alcançaram 42,9 milhões de consumidores, 47% deles de primeira viagem.

48% dos consumidores online preferem comprar online para economizar dinheiro, 46% relatam que o processo é simples e 34% dizem que uma experiência positiva no canal determina as compras futuras. Quase 50% dos consumidores afirmam ser a favor de viagens e compras híbridas, que combinem o físico com o digital.

No terceiro trimestre de 2020, os novos registros em sites de moda aumentaram 53%, enquanto nos supermercados caíram 78%. Ou seja, o movimento em direção à diversificação do consumo está intimamente ligado a uma queda no número de casos de Covid.
Em 2021, 54% dos consumidores preferem marcas e produtos de origem local enquanto 73% desejam aumentar seu reconhecimento como consumidores.


Para onde aponta a flecha

Meir conclui que está surgindo um novo cenário de varejo no Brasil, que combina consolidação, digitalização e mudança de hábitos de consumo, além da adoção de novos meios de pagamento instantâneo, como o PIX, que já colocou o Brasil como oitavo país em volume de transações instantâneas.

“O fato é que o mercado brasileiro caminha para uma mudança completa e certamente será muito diferente no mundo pós-pandêmico do que conhecíamos em março de 2020. A intensa digitalização forneceu um atalho para esse novo paradigma emergente. É um momento emocionante, com muitas oportunidades para empresas orientadas para a inovação e centradas no cliente”.

Fonte: Consumidor Moderno
Tecnologia & Inovação Postado em terça-feira, 15 de junho de 2021 às 10:34


Varejista vai inaugurar a 1ª loja circular do Brasil, reunindo atributos de sustentabilidade e iniciativas omnichannel que geram menor impacto ao meio ambiente e aprimoram a experiência do cliente.

Aliando seu propósito de construir uma moda responsável com sua jornada de transformação digital, a Renner se prepara para apresentar este ano um novo modelo de loja. A maior varejista de moda omni do país vem desenvolvendo uma infraestrutura diferenciada para suas unidades físicas, baseada no conceito de circularidade e omnicanalidade no ponto de venda, com foco em oferecer uma experiência de compra ainda mais sustentável, inovadora e encantadora aos clientes.

O objetivo é incorporar premissas de economia circular desde a concepção até a operação da loja, o que passa por utilizar materiais reciclados e recicláveis, diminuir a geração de novos resíduos e, com isso, minimizar ao máximo o impacto ambiental. Para isso, foi feito um intenso trabalho de pesquisa, desenvolvimento e estudos de viabilidade, junto com fornecedores e parceiros. O projeto nasceu em 2019 e vai se concretizar no último trimestre de 2021, com a reinauguração da loja situada no shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, que será a 1ª loja circular do Brasil.

"A Renner tem uma sólida estratégia ESG, com iniciativas voltadas para a produção de peças menos impactantes, redução das emissões de CO2, consumo de energia limpa e eficiência energética. Agora, avançamos ainda mais ao ampliar a presença de atributos de circularidade no ponto de venda, de forma pioneira no mercado", afirma o diretor presidente da Lojas Renner, Fabio Faccio. A nova unidade deve reduzir em cerca de 55% a utilização de água, além de ter um potencial de aquecimento global menor, em função da diminuição de geração de resíduos, redução no uso de materiais e também pela presença de mobiliário circular.

A varejista já vinha trabalhando nessa estratégia de circularidade, e a loja no Rio Sul materializa a consolidação do modelo. Com atributos de sustentabilidade, a unidade vai apresentar um novo conceito de arquitetura, alinhado às premissas do design circular e seguindo os preceitos das certificações LEED e BREEAM.

As novidades começam pela fachada, que é permeável e tem um nível de transparência que permite maior visualização entre a área externa e o interior. Para oferecer mais bem-estar, o ambiente interno contará com biofilia, que preza pelo uso de plantas e elementos naturais. Já o mobiliário será circular, produzido com materiais recicláveis, dos manequins aos caixas. Os clientes ainda poderão aproveitar um espaço exclusivo dedicado a iniciativas circulares, com destaque para os produtos do Selo Re, que geram menor impacto ambiental em seu processo produtivo, e aos serviços de logística reversa pós-consumo disponibilizados pela Renner.

Além do foco na sustentabilidade, a loja dará visibilidade a iniciativas do ciclo digital da Companhia, que vêm sendo implementadas para melhorar a jornada de compra e qualificar o relacionamento com os consumidores. Haverá tela com a Prateleira Infinita, que disponibiliza itens do estoque omni da Renner, assim como telas com conteúdos que sobre moda e sustentabilidade. O cliente terá mais canais digitais disponíveis para conhecimento de produto, origem, matérias-primas, processo e história das coleções.


Jornada de sustentabilidade

O novo modelo de loja circular representa mais um passo na evolução da Renner em sua estratégia de moda responsável, que abrange todas as esferas do negócio - passando pelo desenvolvimento dos produtos e sua relação com os fornecedores, desenho das lojas físicas e seu fornecimento de energia, até chegar ao pós-consumo.

Desde 2014, as lojas da marca seguem padrões de responsabilidade ambiental guiados pela certificação internacional para construções sustentáveis LEED. Em 2016, a varejista passou a neutralizar 100% das suas emissões de CO2. Adicionalmente, está ampliando o consumo de energia proveniente de fontes renováveis de baixo impacto.

Desde 2017, a marca também comercializou mais de 130 milhões de peças do Selo Re, confeccionadas com matérias-primas como o algodão e a viscose responsáveis, a poliamida biodegradável e o fio reciclado, além de técnicas como o upcycling e processos que garantem, por exemplo, o menor uso de água na produção.

Com dez anos de existência, o EcoEstilo, programa de logística reversa da Renner, já coletou cerca de 155 toneladas de itens descartados pelos clientes nas lojas, entre embalagens e frascos de itens de perfumaria e beleza e peças de roupa em desuso. Em 2020, a marca iniciou uma parceria com o brechó online Repassa, com o objetivo de aumentar as possibilidades de serviços relacionados à circularidade, ampliando o ciclo de uso do produto e complementando seu programa de logística reversa.

Dentro de sua estratégia de mudanças climáticas, em 2019, a Renner se comprometeu com a campanha Business Ambition for 1.5ºC (ambição dos negócios para 1,5°C), da ONU, que convida empresas a estabelecerem metas baseadas em dados científicos de redução das emissões em montante suficiente para contribuírem com a limitação do aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Também aderiu ao Fashion Industry Charter for Climate Action, compromisso criado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), que estabelece meta de redução de 30% das emissões do setor no mundo até 2030 e detalha objetivos e planos de ação para isso.

Todas estas iniciativas e projetos têm como diretriz principal os compromissos públicos assumidos pela Lojas Renner para 2021: ter 80% dos produtos menos impactantes, sendo 100% do algodão certificado; suprir 75% do consumo corporativo de energia com fontes renováveis de baixo impacto; reduzir em 20% as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2017; e ter toda cadeia nacional e internacional de fornecedores com certificação socioambiental.

Fonte: FalandodeVarejo.com