Notícias


Gestão & Liderança Postado em quarta-feira, 14 de maio de 2025 às 10:18


Produtos que saem de estoque no e-commerce começam a perder visibilidade já no primeiro dia de indisponibilidade. É o que mostra um estudo inédito da Lett, marca da Neogrid, especializada em soluções de tecnologia e inteligência de dados para a gestão da cadeia de consumo. A pesquisa analisa os impactos da ruptura no varejo digital e revela como a ausência nas prateleiras virtuais afeta diretamente o posicionamento dos itens nos canais de venda.

Segundo o levantamento, 46% dos produtos que figuravam entre os cinco primeiros colocados em destaque caem para além da 30ª posição logo no primeiro dia fora de estoque. Em categorias como café, limpeza e snacks & bebidas, o percentual ultrapassa 64%.

Já itens como leite e nutrição infantil, chocolates e doces, além de molhos e suplementos, demonstraram menor sensibilidade à ruptura, com cerca de 38% sendo reposicionados para fora do topo.

Entre os canais analisados, o modelo Bricks & Clicks (B&C) — que combina loja física e online — lidera em perda de posicionamento no segmento alimentar: 46% dos produtos ficaram fora do top 30 após um dia sem estoque. Nos marketplaces ou pure players, a taxa foi de 39%. No setor farmacêutico, o B&C também registrou impacto: 35% dos produtos saíram das posições de destaque após um dia de ruptura.

A recuperação da visibilidade não ocorre de forma imediata. O estudo aponta que, após o reabastecimento, apenas 37,9% dos itens retornam ao top 5 no primeiro dia. Esse número sobe para 59% a partir do segundo dia de normalização.

Ruptura afeta também anúncios pagos

A indisponibilidade de produtos afeta inclusive os itens patrocinados. Durante o período analisado, em quase 7% dos dias houve casos de produtos promovidos sem estoque. Projeções indicam que, em um ano, isso representaria 26 dias de anúncios com links inativos, o que pode comprometer a experiência de compra e frustrar os consumidores, que procuram outras marcas após o incidente.

Segundo dados da Amazon citados no estudo, 70% dos consumidores iniciam suas buscas na barra de pesquisa dos varejistas, e 86% das vendas se concentram nos 10 primeiros resultados da busca. Os números reforçam a importância da presença constante nas vitrines digitais.

“Com o e-commerce cada vez mais competitivo, o levantamento Lett/Neogrid mostra que manter a disponibilidade não é apenas uma questão operacional, mas um fator estratégico para vendas e visibilidade”, afirma Davi Song, CEO da Lett. “Empresas que não conseguirem gerir seus estoques adequadamente podem desaparecer das vitrines virtuais, perdendo espaço para concorrentes mais preparados. Se os consumidores dependem da procura para encontrar produtos, assegurar a presença nessas pesquisas é fundamental.”

Fonte: Ecommerce Brasil
Estratégia & Marketing Postado em quarta-feira, 14 de maio de 2025 às 10:12

Serviço de streaming nos EUA integra compra e entretenimento com o Shop the Show.

Comprar enquanto assiste a um filme ou série deixou de ser uma ideia futurista e virou realidade nos Estados Unidos. A Amazon lançou o Shop the Show, funcionalidade do Prime Video que permite a compra de produtos diretamente pela plataforma, sem que o espectador precise interromper o que está assistindo. É a convergência definitiva entre entretenimento e consumo da experiência.

Imagine ver um item de decoração, uma peça de roupa ou acessório usado por um personagem e, com poucos cliques, adquirir o produto ali mesmo, em tempo real. É exatamente essa a proposta do Shop the Show. A ferramenta já está disponível em mais de 1.300 títulos, entre conteúdos originais e licenciados de alto apelo popular, como Barbie, Fallout, Star Wars, The Summer I Turned Pretty e Wicked, da Universal Studios. Eventos esportivos ao vivo, como NASCAR e a National Women’s Soccer League, também fazem parte do catálogo compatível com a tecnologia.

O recurso funciona tanto na TV quanto em dispositivos móveis, com destaque para a experiência de segunda tela. O espectador pode visualizar e adquirir produtos simultaneamente, sem precisar pausar ou sair da transmissão. Segundo a Amazon, essa tecnologia usa o poder das preferências dos fãs, ou seja, ela é pensada para tornar a compra mais fácil e natural enquanto o espectador está imerso no conteúdo.


A estratégia dos anúncios por vídeo

A aposta da empresa vai ao encontro de uma tendência cada vez mais consolidada no setor: vídeo vende. De acordo com dados da Kantar Ibope Media, em 2024, mais de 100 mil anunciantes investiram em publicidade em ao menos um dos meios monitorados pela empresa, totalizando R$ 88 bilhões, um aumento de 10% em relação a 2023, o dobro da inflação no período.

A receptividade do público também é alta. Mais da metade dos respondentes nas pesquisas de Consumer Intelligence da Kantar afirmam que a propaganda gera assunto, incentiva a busca por produtos e é bem aceita em plataformas de streaming. Entre os usuários de internet, 44% prestam mais atenção a anúncios em vídeo do que em outros formatos. E entre os que consomem conteúdo sob demanda, 53% são favoráveis à presença de publicidade nas plataformas.

Esses números explicam o movimento das gigantes do streaming em direção a modelos com publicidade. Além disso, o uso de Inteligência Artificial Generativa (IAG) tem viabilizado campanhas mais segmentadas, com mensagens e formatos ajustados ao comportamento do consumidor. Do outro lado da equação, os usuários se mostram flexíveis: 34% dos assinantes de VOD (Video On Demand, trocariam a experiência sem anúncios por planos mais econômicos com publicidade.

Entre os consumidores que assinam serviços com anúncios, 75% notam as marcas durante os programas e 63% pesquisam online os produtos que veem anunciados. Mesmo entre os que não recebem publicidade, o impacto permanece alto (66% e 54%, respectivamente).

Para a Amazon, por exemplo, esse cenário cria o ambiente ideal para transformar a experiência de assistir em uma jornada de consumo intuitiva.

No Brasil, uma realidade distinta

Enquanto o Shop the Show ganha tração nos EUA, no Brasil o Prime Video enfrenta um obstáculo. Na última semana, o Tribunal de Justiça de Goiás determinou que a Amazon suspenda imediatamente os anúncios publicitários no Prime Video para usuários antigos, aqueles que contrataram o serviço antes da implementação das propagandas, em abril de 2024.

A decisão judicial responde a questionamentos sobre mudanças nos termos do serviço sem consentimento dos assinantes. Para novos usuários, o modelo com anúncios permanece, com a possibilidade de adesão a um plano mais caro para ter uma experiência livre de interrupções.